Não espere muita coisa de Manu Gavassi no TikTok. Pelo menos, por enquanto. Uma das artistas mais bem-sucedidas quando se fala de estratégia digital (sua presença no Instagram durante o “Big Brother Brasil”, em 2020, é um case de sucesso até hoje) se sente uma “idosa” na rede social da vez.
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— A geração mais nova tem uma intimidade muito grande, porque é, para eles, como o Instagram foi para mim — diz a artista, de 29 anos, que fez a última postagem por lá (uma entrega publicitária) em dezembro de 2021.
Prestes a viajar pelo Brasil com a turnê "Eu só queria ser normal", Manu acredita que há uma supervalorização de números pelo mercado ao comentar a questão levantada pela cantora Halsey sobre a obrigação de viralizar no TikTok. A americana desabafou, na plataforma chinesa, sobre a vontade de lançar uma canção que a gravadora tem segurado por causa de estratégias digitais. A reclamação ganhou apoio de nomes como Anitta, Adele, Florence Welch e Ed Sheeran.
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— Pensamos muito em números e só em números. Mas não é só isso que importa. A maioria dos artistas de que gosto hoje em dia não são os que têm mais número, e eu continuo ouvindo, continuo indo ao show. A todos, é cobrado o mesmo tipo de sucesso — diz Manu. — (Mas) São pessoas diferentes, com públicos diferentes, com pretensões e discursos diferentes. Aí que está o problema: todo mundo ser cobrado exatamente da mesma forma, desconsiderando a trajetória de cada um.
Detox em 'Maldivas'
A relação com as redes sociais mudou depois que a paulistana encarou um detox de nove meses longe de todas as contas. Era fim de 2020, e ela estava gravando "Maldivas", produção da Netflix que estreia no próximo dia 15 de junho. Na série, a jovem interpreta o oposto do que fazia longe das câmeras: uma mulher que não larga o celular, viciada na imagem, síndica de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca onde acontece uma morte misteriosa. A equipe da produção (que inclui as colegas de elenco Bruna Marquezine, Carol Castro e Sheron Menezzes) a apelidou de hippie por ter tomado decisão tão radical.
— A atenção que se ganha na rede social pode ser uma grande cilada. Um comentário ou uma notícia podem acabar com a autoestima ou com o dia, abalar trabalho. Pensei: "não posso me dar ao luxo de me sentir assim nesse momento". Sentia que era tudo muito decisivo — diz ela, que estava, na época, assinando várias campanhas publicitárias como diretora criativa e elaborando o álbum visual "Gracinha". — Foi a melhor decisão que podia ter tomado nesse período e mudou para sempre a minha relação com as redes sociais. Hoje é bem mais saudável.