O julgamento por difamação de Johnny Depp contra Amber Heard, iniciado em 11 de abril, entra na sua última semana nesta segunda-feira, quando o ator é esperado para depor novamente ao Tribunal do Condado de Fairfax, na Virgínia, EUA, como uma das três testemunhas chamadas pela equipe jurídica da atriz.
Segundo o jornal "New York Post", a ex-namorada de Depp Kate Moss deverá testemunhar na quarta-feira, dia 25. As alegações finais estão previstas para sexta-feira, 27.
Briga na lua de mel, dedo decepado e fezes na cama: as versões contraditórias de Johnny Depp e Amber Heard
A primeira testemunha a depor nesta segunda-feira é o cirurgião ortopédico Richard Moore, especializado em mãos, informa o portal "Independent". Ele disse que revisou a declaração de Depp sobre o dedo decepado, junto com fotos e registros médicos. Na versão do ator, a ponta do dedo foi cortada após Heard jogar garrafas de vodka contra ele numa briga na Austrália em 2015. Para Moore, entretanto, os dados médicos são inconclusivos.
— Não é consistente com o que vemos no padrão de lesão descrito… a descrição era a mão apoiada na bancada do bar e a garrafa esmagando o dedo por cima. Mas olhando para as imagens, não há realmente nenhuma lesão significativa no dorso do dedo que criou o tipo de lesão ... nós esperaríamos tanto a lesão na unha quanto em outras partes do dedo.
O médico explicou que a lesão parece mais consistente com o dedo sendo espremido entre duas superfícies duras. Moore observou ainda que nenhum caco de vidro foi encontrado no dedo mutilado de Johnny Depp, e nenhuma laceração foi documentada em outro lugar no dedo ferido.
Advogada de Depp, Camille Vasquez indicou que Moore fez sua análise do caso sem revisar as fotos da cena após a briga, e então exibiu as imagens, ressaltando a presença de cacos de vidro, com a ponta do dedo de Depp num lenço de papel no chão.
Depp, astro de "Piratas do Caribe", processa a ex-mulher, de "Aquaman", em US$ 50 milhões por causa de um artigo dela publicado no jornal americano "Washington Post" em 2018 em que a atriz se descreveu como uma "figura pública que representa a violência doméstica". Por outro lado, Heard contra-processa Depp em US$ 100 milhões, também por difamação, por dizer que ela mentiu a respeito das agressões antes e durante seu breve casamento. Os atores começaram a se relacionar em 2011, se casaram em 2015 e pediram o divórcio em 2016, que foi concluído em 2017.
A expectativa é que o julgamento termine na sexta-feira, dia 27. O júri então deliberará sobre seu veredicto, que ainda não tem uma data prevista para ser anunciado. Segundo a emissora "Court TV", o júri é composto por seis homens, sendo quatro de ascendência asiática e dois brancos, e três mulheres, sendo uma de ascendência asiática, uma negra e uma branca. A juíza Penney Azcarate vai depois designar quem ficará como suplente e quem ficará no grupo, composto por sete pessoas, para se chegar à decisão final.
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A favor de Depp, o gerente de talentos Jack Whigham afirmou ao júri que o artigo escrito por Heard prejudicou a carreira do ator, que teria por causa disso perdido um acordo de US$ 22,5 milhões com a Disney para continuar interpretando o capitão Jack Sparrow na franquia “Piratas do Caribe”. O ator nega as acusações de agressão e aponta Heard como a agressora da relação.
No lado de Heard, por sua vez, a agente de talentos Jessica Kovacevic disse ao tribunal que a carreira da atriz também foi danificada pelas alegações de Depp que ela estaria mentindo sobre ter sofrido violência doméstica. Ela admite que golpeou o ex-marido apenas em legítima defesa ou para proteger sua irmã, Whitney Heard, que já testemunhou.
O que poderá acontecer com o fim do julgamento?
Considerando que o caso tramita na esfera civil, não está em jogo a possibilidade de um deles ser preso. São possíveis seis cenários diante do veredicto do júri no caso Johnny Depp x Amber Heard. Confira:
- Depp ganha o processo e leva a indenização de US$ 50 milhões
- Depp ganha o processo e leva um valor menor do que o solicitado
- Heard ganha o processo e leva a indenização de US$ 100 milhões
- Heard ganha o processo e leva um valor menor do que o solicitado
- Nenhuma das partes recebe indenização
- As partes fecham um acordo extrajudicial