Atriz Juliana Caldas critica abordagem dada à pessoa com deficiência em filme de Hassum
Reprodução/Instagram
Atriz Juliana Caldas critica abordagem dada à pessoa com deficiência em filme de Hassum

Juliana Caldas, conhecida por ter atuado na novela "O Outro Lado do Paraíso, gravou um vídeo criticando o filme da Netflix "Amor Sem Medidas", estrelado por Leandro Hassum. A atriz, que é uma pessoa com nanismo, criticou a maneira como o longa retratou a pessoa com deficiência e disse que a obra é cheia de piadas preconceituosas e capacitistas.

"Estou aqui dando a minha opinião tanto como pessoa Juliana, quanto como artista Juliana. Nesse filme eu não me senti em nenhum momento representada. Primeiro, porque a pessoa que faz o personagem que tem nanismo, o ator não tem nanismo, que é o próprio Leandro Hassum. Eles fizeram computação gráfica, diminuiram ele para mostrar que ele tem baixa estatura. Depois disso, a maior parte do filme tem piadas totalmente capacitistas, totalmente preconceituosas, que não dá para aceitar hoje em dia", diz a atriz.

Ela diz acreditar que se o filme tivesse piadas de cunho racista ou LGBTfóbico, as críticas a ele já teriam tomado uma proporção maior e mobilizado mais pessoas. A atriz lamentou a falta de importância dadas às causas das pessoas com deficiência e também criticou a maneira como o nanismo é geralmente retratado, quase sempre como uma piada.

"Quando a gente fala sobre o nanismo, a maior parte das vezes é nessa forma de piada totalmente capacitistas e preconceituosas. Não dá para aceitar hoje um filme que faz você sentar e rir da condição do outro, da deficiência. Queria entender se as pessoas realmente sabem o que significa empatia", continua.

A atriz também falou que o público pode pontuar que em "O Outro Lado do Paraíso" ela interpretou uma personagem que sofria com a discriminação e ouvia muitos insultos. Porém, Juliana analisa serem duas situações diferentes, pois a novela era uma obra de drama e não tinha a intenção de fazer as pessoas rirem com a história.

"Você pode se perguntar: 'Você também fez um trabalho que seu personagem ouvia barbaridades e sofria com falta de acessibilidade'. Sim, mas na minha opinião não se dava abertura de rir disso. Pelo contrário, dava abertura de se questionar e pensar o quanto isso fere o próximo", finaliza Juliana Caldas.


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