Primeira convidada do podcast 'Mano a Mano', Karol Conká explicou os motivos das atitudes que teve no Big Brother Brasil 21 e também sobre o racismo que sofreu durante a infância e a vida. "A pior coisa que já fiz em toda minha vida foi aquilo ali, foram as atitudes no BBB, nada em toda minha vida beira tão feio do que aquilo ali", disse.
Karol explicou que desde a infância, aprendeu que para ter respeito, teve que reagir. "Na escola, alguns meninos me batiam e eu retrucava. Depois que eu comecei a reagir, o respeito veio. Aprendi dessa forma: o respeito só vem quando a gente dá uma de louca", disse.
A cantora disse que se arrepende de não ter cuidado dessas "camadas obscuras". "Quando eu saí do reality, fiquei assustada com o que eu vi", contou. Para ela, a intensidade com o que tratou os problemas foi o pior. "Eu ataco duas vezes mais, para ninguém tentar de novo. Não coleciono inimigos e problemas", disse e confirmou que teve crises de ansiedade e uma "pertubação de personalidade".
Mano Brown então disse que vê a mudança de Karol. "Eu não te julgo, mas eu não sei se as pessoas estão merecendo você pedir tanto perdão", disse. Para o rapper, qualquer pessoa reagiria como Karol reagiu. "Negra, branca, artista, desempregado ou advogado agiria de forma aflorada nas mesmas condições que você", disse.
Karol conta que queria uma adrenalina, uma aventura. "Eu subestimei, pensei que seria mais suave de levar. No quarto, quinto dia, queria minha casa. Eu pensava: 'o que eu tô fazendo aqui?'", disse. Mano Brown contou que só viu a repercussão e não o BBB. "Da forma que foi feita, os componentes, parece que foi feito para aquilo acontecer. Sei lá, de repente quiseram mostrar como se deve militar", disse.
Mano Brown então criticou a Globo. "A emissora tá nesse momento de colocar a cara preta nas telas, já fez muita m*rda no passado e agora deu um lapso de consciência e aí de repente, olhando de fora, parece que o diretor quis fazer uma militância paralela aí. Deixar as pessoas juntas, o conflito, mostrar o que está errado e como fazer", comentou. Para o rapper, ele entendeu que os negros estavam empoderados e os brancos com medo.
"De repente o barato é mais loco, essa coisa do negro ser unido pela tom da pele é muito raso, acho que o Brasil finge que não sabe. Não acho que os participantes por serem negros, devem ser amigos, mas devem se unir por prioridade. Acho raso quando as pessoas pensam que devem se unir pelo tom da pele", comenta.