O jeito grosseiro do apresentador Rogerinho (Caíto Mainier) chegou a estranhar os espectadores desavisados quando “Choque de Cultura” chegou a Globo em setembro deste ano. Chamando-os de “otários”, Rogerinho não tem quase (ou nenhum) cuidado nas suas palavras, mesmo que sua intenção seja sempre garantir que o programa funcione corretamente.
Se tornando um dos maiores fenômenos da internet, eles não se limitaram a ela e, além da TV, levaram o “ Choque de Cultura ” para a literatura. Dominando o ano, o programa entra na retrospectiva 2018 em 7º lugar na lista dos 10 maiores destaques do iG Gente .
"Choque de Cultura" encerra temporada na Globo com saldo positivo
Se na televisão aberta o programa chegou causando, na internet o “Choque” já é rei. No ar desde 2016, eles ganharam popularidade em 2017 e se estabeleceram como uma potência em 2018. Com incontáveis memes e frases de efeito (“tem que acabar a Justiça”), o grupo conseguiu renovar seu humor, trabalhar as personalidades de seus personagens e se manter inventivos a cada episódio.
Criado pela TV Quase, o “Choque” tem diversos nomes em sua concepção. Os atores Caíto Mainier , Daniel Furlan (Renan), Leandro Ramos (Julinho) e Raul Chequer (Maurílio) escrevem os episódios ao lado de David Benincá, Juliano Enrico, Fernando Fraiha e Pedro Leite. Fazendo uma brincadeira com os motoristas de van cariocas, com seu jeito bem peculiar de trabalhar, eles comentam os principais lançamentos de filmes de ação, além de clássicos e cults como “2001 – Uma Odisséia no Espaço” (onde cada um deles dormiu em um ponto diferente do filme) e “A Forma da Água” (“peixe não ouve jazz, peixe gosta de um Natiruts, uma música de praia”).
Eles começaram o ano com a continuação da temporada que teve início em 2017, e em março já mostraram sua força em uma live de oito horas no dia do Oscar, onde eles se mantiveram nos personagens para comentar o evento mais importante do cinema. Neste ano também foram ao ar alguns de seus melhores episódios da série, como “Top Socão na Cara”, onde todos acabam chorando e “Marvel vs DC”, onde eles tentam definir quais quadrinhos tem os melhores filmes.
Outro ponto alto da temporada ainda foi a premiação “Carburador de Prata”, onde eles destacaram o melhor do audiovisual de 2017 e premiaram nomes como Anthony Hopkins como Melhor Idoso e Bruno de Lucca por Cultura Jovem. Em março eles encerraram a temporada e deixaram as gravações de lado, sem abandonar o projeto. Pelo contrário, ao longo do ano eles se dedicaram ao livro do grupo, lançado em outubro.
“79 Filmes para Assistir Enquanto Dirige” capturou com perfeição o humor exposto na internet, e provou o talento dos roteiristas para transportar sua criação para outros meios. Inicialmente seriam 80 filmes, mas Julinho (Ramos) não entregou a resenha de “Se Eu Fosse Você 2”. A publicação foi sucesso de vendas e rendeu uma mini turnê de divulgação que passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Recife e Curitiba.
“Choque de Cultura” na TV
A surpresa do ano, no entanto, veio cerca de um mês antes, em setembro, quando sem aviso prévio o grupo estreou na programação da Rede Globo. Colado com a “Temperatura Máxima” no domingo, eles fizeram uma nova temporada dedicada a comentar o filme que tinha acabado de ir ao ar, incluindo “Need for Speed”, “Amanhecer – Parte 2” e “Tomorrowland”, que gerou um apelo dos personagens para que a emissora investisse em filmes melhores na programação.
Na emissora, eles conseguiram manter sua essência, fazer pequenos comentários políticos, “cutucar” os programas da casa e até os concorrentes, como Rodrigo Faro, que se ofendeu com uma das piadas feitas e criticou a Globo no Instagram.
No início de dezembro eles encerraram a temporada na Globo e parecia que o “Choque” ia entrar de férias. Mas não foi o que aconteceu e na última segunda-feira (17) eles lançaram nova temporada, dessa vez de volta na internet. Mais do que isso, eles retornaram mais ousados e apresentaram o melhor episódio do ano, e talvez um dos melhores de toda a série.
Entregando finalmente a análise de “Se Eu Fosse Você 2”, que ficou de fora do livro, eles ousaram e fizeram seu episódio mais inventivo. Seja por conta da popularidade na Globo ou o domínio na internet, o resultado foi visto na prática. “Marvel vs DC”, um dos episódio mais populares do grupo tem cerca de 500 mil visualizações no canal da Quase, 10 meses após sua publicação (ele soma mais de um milhão no portal que os divulgou originalmente).
O vídeo sobre o filme de Glória Pires e Tony Ramos somava quase 500 mil views 24 horas após ser publicado, mostrando como o programa cresceu e se estabeleceu no ano. A temporada ainda seguirá até 2019, culminando em mais uma live do Oscar.
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Os nomes por trás do “ Choque de Cultura ” foram incansáveis em 2018 e equilibraram a atração com uma série de projetos paralelos. Ainda assim, eles seguem tratando com carinho e dedicação o programa que se tornou um fenômeno e foi, sem dúvidas, um dos maiores destaques na retrospectiva 2018.