“Fazer comédia é mais difícil”, diz Dalton Vigh em entrevista ao iG . O ator, que já navegou entre drama e comédia, vilões e mocinhos, teatro, cinema e TV, confessa que fazer as pessoas rir é mais complicado. O ator, que está em cartaz com a peça “ Uma Peça Por Outra ”, diz que, no palco, essa dificuldade fica ainda mais transparente de acordo com a plateia. “A magia do teatro é isso, a plateia faz parte do espetáculo”, comenta.

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Dalton Vigh está em alta com peça, filme e participação na próxima temporada de
Michael William
Dalton Vigh está em alta com peça, filme e participação na próxima temporada de "O Negócio"

Por isso, é comum que o ator se questione quando os espectadores não reagem como imaginado. Dalton Vigh comenta que diversas vezes ao longo da carreira já lidou com o silêncio do público em momentos que imaginava que as risadas viriam. Para ele, essa reação – ou a falta dela – gera um questionamento se o trabalho está sendo bem feito. Mesmo assim, ele comemora a possibilidade de fazer o público rir, chorar, e sentir as emoções ali, de perto. “É legal saber que você consegue tocar as pessoas com emoção”, diz.

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Dalton despontou na carreira na novela “ Pérola Negra ” (1998), do SBT , onde fazia par romântico com Patrícia de Sabrit. Em 2001, consolidou-se como ator ao interpretar Sayid, marido de Jade (Giovana Antonelli) em " O Clone ". De lá para cá ele já atuou em novelas como “Fina Estampa”, “Salve Jorge” e "Duas caras", além de uma extensa carreira no teatro e no cinema.

Teatro

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Michael William

Dalton Vigh está em cartaz no teatro com "Uma Peça Por Outra"

Em “Uma Peça Por Outra”, Dalton tem a oportunidade de contracenar com a esposa, a atriz Camila Czerkes . “Está sendo ótimo”, comenta ele. Os dois se conheceram quando fizeram a peça “Cloaca” em 2009, mas não chegaram a dividir o palco. Agora, Vigh conta, os dois passam o texto junto e incluem os ensaios na rotina do casal.

A peça consiste em seis esquetes que prestam homenagem ao teatro de diversas maneiras. Nas próprias histórias, Dalton explica, o texto brinca com elementos da dramaturgia e do teatro. Mas a peça em si é uma homenagem ao Grupo TAPA, que estreou o título há 30 anos em São Paulo. Dalton disse que não houve nenhuma pressão ou obrigação de refazer tal como o original. “Fiz do meu jeito”, confessa.

TV com cara de cinema

Dalton não renovou com a Globo após sua elogiada atuação em “Liberdade, Liberdade”, no final de 2016. Mas, de acordo com o ator, há conversas para voltar a TV, embora ele não abra para qual emissora e nem quando. Mesmo assim, ele poderá ser visto nas telinhas no próximo semestre. Ele entra para a quarta e última temporada de “ O Negócio ” na HBO .

Na série, Vigh interpreta um promotor de justiça que fará de tudo para atrapalhar a vida de Karin (Rafaela Mandelli). Ele acaba se envolvendo com uma das protagonistas, mas ambos tentam enganar um ao outro. “É um jogo de gato e rato”, entrega. Dalton elogiou a série e comenta que o formato imprime “uma qualidade de cinema na televisão”.

Em cena de
Divulgação/TV Globo
Em cena de "I Love Paraisópolis". Ator comemora evolução e dinamismo em novelas

Ele também comemora essa característica nas novelas , que diz terem ficado mais dinâmicas. “O trabalho de ator na TV está mais parecido com o cinema ”, comenta ele dividindo uma curiosidade engraçada: quando gravava “ I Love Paraísopolis ”, Dalton fez uma cena emocionante, em que acabava chorando. Ao final, a equipe informou que refariam a cena, dessa vez focando no ator o que fez Dalton brincar: “chorei na lente errada”.

Cinema

Para completar a “trinca” da dramaturgia, Dalton estreia um novo filme este ano, mas já planeja projetos futuros. Ele está em “ Comédia Divina ” como o repórter Mateus, apresentador de uma emissora local com espírito de grandeza, que acaba sofrendo um golpe da repórter Raquel ( Monica Iozzi ). “Foi muito divertido (fazer o filme). O Toni (Venturi – diretor) fez um workshop como se fosse um ensaio de peça”, contou. Dalton falou que os atores puderam colaborar e fazer sugestões para a cena. Ele ainda não assistiu o filme, que foi gravado há mais de três anos.

Com a esposa Camila Czerkes em cena de
Claudinei Nakasone
Com a esposa Camila Czerkes em cena de "Uma Peça Por Outra"

Mas, além de finalmente poder ver “A Comédia Divina”, que estreia em outubro, Dalton já planeja seus próximos passos no cinema. Ele está em “Nada a Perder”, sobre o bispo Edir Macedo, e está desenvolvendo três roteiros.

O primeiro deles, Dalton explica, ainda não tem formato definido. Inicialmente pensado como um curta-metragem, a história de alguns amigos saídos da faculdade e descobrindo seu lugar no mundo, pode virar também uma série. O trabalho, inspirado na vida do próprio Dalton, ainda está em fase inicial.

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Dalton Vigh também divide planos para novos roteiros e sonha em dirigir

Nascido no Rio de Janeiro, mas criado em Santos, litoral paulistano, Dalton também desenvolve uma história baseada em fatos reais, sobre uma série de desabamentos nas estradas do litoral ocasionados pela chuva em 1967. A ideia é contar a história de um grupo de pessoas que, em decorrência dos desabamentos, ficou perdida na mata.

Por fim, o projeto mais secreto de Dalton é um longa baseado em uma história de família. Mas não uma história tradicional e sim, sobrenatural . Dalton não quis entrega nenhum detalhe, mas comentou que quem conhece sua família já ouviu essa história, que ele planeja levar aos cinemas.

Ufa! Com tantos projetos, Dalton ainda planeja, em algum momento, fazer sua estreia como diretor. Ele pretende começar com o curta ou a série pois não quer dá “um passo maior que a perna”. Mas, o objetivo é conseguir, no futuro, dirigir uma peça. “Dirigir no teatro é muito mais difícil”, comenta. Pelo visto, Dalton Vigh está com a agenda cheia por um bom tempo.

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