Participantes do reality se dividiram em grupos: Baile da Gaiola, os que se expressam politicamente, e VillaMix, os que se opõem ou se mantém neutros
Desde o impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, em 2016, o País foi tomado por um tsunami político. As pessoas passaram a importar-se cada vez mais com os posicionamentos alheios e a resistir, cada um de sua forma, às diretrizes que não os agradavam. Sendo um microorganismo da sociedade, no “BBB 19” não seria diferente.
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Neste ano, apesar de não conversarem diretamente sobre figuras políticas, os participantes do “ BBB 19 ” se dividiram em dois grupos: O Baile da Gaiola, alusão a festa de rua que une periféricos, minorias e militâncias, e VillaMix, referência à casa noturna que nega suas acusações de episódios racistas e que têm um público dentro dos padrões de beleza e de classe alta.
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Entre os militudos da nova temporada do reality show da Rede Globo estão:
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Gabriela
Natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a designer gráfica é o carro-chefe de militância dentro da casa mais vigiada do Brasil atualmente. De postura serena, vira-e-mexe, ela surpreende os telespectadores ao quebrar estigmas dentro do programa da Rede Globo .
Em 15 dias de confinamento, Gabriela não demorou para erguer a faixa de “milituda”. Em uma conversa descontraída com Diego, o brother falou que xingou um homossexual por estar olhando seu pênis no banheiro: “cara, olha para o seu aí”, disse o participante.
Em rebate, Gabriela declamou: “Mas não foi você quem disse que é inevitável olhar para a bunda de uma mulher?”, colocando em xeque o posicionamento de Diego.
Em outro episódio, a designer corrigiu Hariany quando a sister afirmou ter “cabelo ruim”, como o de Elana. “Seu preconceito é ruim. O cabelo não”, disse à ocasião.
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Hana
Enérgica, Hana chegou à casa mais vigiada do Brasil como promessa de militância ambulante. Vegana e Youtuber, antes do confinamento ela produziu uma série de vídeos sobre preconceito racial, maus-tratos animais, aquecimento global, incluindo um sobre a inutilidade dos canudos plásticos e seus severos efeitos colaterais na natureza.
Pertencente ao Baile da Gaiola, grupo de pessoas que se expressam politicamente no programa, Hana também sai em defesa das mulheres sempre que pode.
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Rízia
Jornalista, Rízia também é integrante do Baile. A jornalista alagoana, apesar de ficar apagada no programa, além de ser a guerreira que luta contra os padrões de beleza, a sister fez alertas interessantes sobre a ansiedade em seu confinamento. O primeiro foi um discurso em seu aniversário e o segundo em conversas informais com seus próximos.
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Rodrigo
Como Rízia, Rodrigo vem passando despercebido pelos telespectadores do reality show . Ele chamou atenção, até então, apenas em dois pontos: quando foi criticado por seu ronco e levantou um debate sobre racismo e quando discursou sobre embranquecimento no Brasil.
“Existia uma ideologia do embranquecimento para melhorar a condição econômica-político-social do Brasil de que teríamos que embranquecer o Brasil”, afirmou o cientista social.
“Então, trazem pessoas europeias para cá e aí você tem uma política da sociedade e isso é história mesmo. Aí tem uma campanha pra isso. Nasce também a nomenclatura pardo. Ao invés de sinalizar que as pessoas são negras, as pessoas são pardas. Tanto que na minha certidão de nascimento está escrito pardo”, revelou o brother, que teve o apoio de Gabriela.
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Nos momentos seguintes, o participante do “ BBB 19 ” Rodrigo seguiu falando sobre colorismo. “Uma pessoa negra com pele clara continua sendo negra. A grande questão é que até hoje como se coloca a cultura negra, as características negras como algo ruim, negativo, você encontra pessoas com a minha tonalidade dizendo que são morenos, chocolate, aquela palavra horrorosa mulato.”, lamentou ele, explicando que a expressão é racista por ter referência a mula, o cruzamento entre cavalo(branco) e jegue (negro).