Com tanta adoração do público, que ama acompanhar um reality show como o "BBB ", muitos fatores podem pesar na hora de torcer pelo seu favorito
Quando o Big Brother estreou no Brasil em 2000, foi o primeiro grande reality show a colocar anônimos dentro de uma casa para ter seu comportamento analisado pelo público enquanto eram observados 24 horas por dia. A novidade foi aceita logo de cara e o BBB teve um vencedor que até hoje é conhecido pelo público: Kléber Bambam.
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Dezoito anos depois, passando por muito altos e baixos, o programa segue como uma atração relevante da Rede Globo. Depois de algumas edições mais fracas e com a troca de apresentadores, o “ BBB 18 ” voltou ao fascínio do público em 2018, com a maior pontuação medida pela Kantar Ibope Media desde a 12ª edição, em 2012. Fato que ficou nítido com a saída de Jéssica que teve cerca de 28 pontos de audiência.
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“Eu assisto BBB pelo interesse em ver a realidade do relacionamento entre pessoas dentro de um jogo”, comenta a publicitária Juliana Abreu, de 27 anos.
Ela conta que quase sempre acompanhou o programa, com exceção de um período: “O programa passou a selecionar apenas homens e mulheres de corpos esculturais, e o que eu queria assistir não era aquilo. Eu nunca assisti ao programa pra ver corpos e pegação”, explica. Juliana também fala que nunca definiu um favorito de imediato por conta de sua indecisão.
Já a estudante Mariana Branco nunca perdeu uma edição e admite que é viciada no reality show. “Eu gosto de ter alguém para torcer, de comentar com as minhas amigas, com os meus pais. Gosto de passar nervoso com o programa, ficar ansiosa com prova, ansiosa com paredão. Eu gosto muito dessas coisas – parece que a gente participa, que faz parte do programa”, confessa.
Tuane Ferreira, de 23 anos, conta que começou a assistir o programa por acaso e que agora não consegue mais parar de acompanhar. “Eu comecei a assistir o BBB18 no início do programa sem querer, passava depois da novela então eu meio que acabava assistindo. Já assisti algumas edições as mais antigas, mas só via alguns pedaços nunca acompanhei tanto, confesso que tinha um preconceito sobre o programa”, afirma a estudante de jornalismo que assinou Globo Play para ter acesso 24h às câmeras da casa.
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O favorito no "BBB"
Tendo um favorito no começo ou não, quem acompanha o programa acaba sempre tendo uma preferência por algum participante. E os motivos podem ser diversos. Mariana, por exemplo, gosta da Família Lima e torce por eles pois se identifica com Ana Clara. Ela vê muito em comum entre si mesma e a carioca, além de ver seu pai como “qualquer pai”. “Ele quer o bem para a filha independente de ser um jogo”, explica.
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Mas identificação não é o único motivo para Mariana escolher um favorito. Para ela, Gleici também merece ganhar por sua condição de vida. “Pelo dinheiro em si eu torço pra Gleici porque eu acho que ela precisa mais”, conta.
Juliana também é fã de Gleici, mas por outros motivos: “ela é a participante que mais exala sinceridade, apesar de não ser a melhor jogadora, mas segue uma coerência desde o primeiro dia”, declara.
Já Tuane, é mais uma que também admite gostar de Gleici desde o começo do programa e que torce para ela ser a grande vencedora. No entanto, ela confessa ter uma segunda opção: “Eu sou #teamGleici, minha favorita! Se a Gleici não ganhar, gostaria que o Kaysar ganhasse só pela família dele”.
A consultora de vendas Leide Freitas está em um terceiro time: o de Breno. Ela o avalia como sincero e tranquilo, por isso caiu no seu gosto. Leide conta também o que não gosta dos outros candidatos: “A Gleici é sem graça, o Kaysar é falso e a família Lima é muito chata”, declara.
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Breno, porém, não foi sua primeira aposta. Com uma edição que considera fraca, ela acabou optando pelo goiano na reta final, depois que os “mais chatos” foram saindo.
Na torcida pela honestidade
Identificação, necessidade, honestidade. Todos esses fatores são importantes. Mas o que, de fato, faz alguém escolher um favorito no BBB? “Eu escolho o que eu acho que é mais sincero, o que não está jogando. A pessoa tem que ser ela mesma e deixar as coisas acontecerem normalmente”, opina Leide.
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“Eu não gosto de jogo sujo”, comenta Mariana. “A gente sabe que é um jogo, só que ninguém gosta de ficar brincando com os outros – tem que ser verdadeiro, eu torço para quem é verdadeiro, coerente – para quem joga um jogo limpo”, completa citando como exemplo Ana Clara: “acho ela muito coerente, os argumentos dela são certos, não se altera, fala com a razão. Quase sempre está certa e se não está, sabe admitir”, conclui.
Juliana ainda reforça a coerência dos participantes, evitando a velha falsidade: “pego raiva de quem não é real e tenta fazer de tudo para agradar o público, soa muito falso”, explica.
Para Tuane, Gleici é a participante mais verdadeira e honesta da casa, e que por esse motivo, foi injustiçada em alguns momentos. “As pessoas a julgavam demais, achavam que por ela ser do Acre e pobre ela teria que andar de cabeça baixa pra todo mundo, que ela não poderia ter opinião de nada lá dentro. Porém ela mostrou ser bem firme e foi isso que incomodou os outros participantes”, expõe.
A estudante ainda afirma que o “retorno de Gleici” foi essencial para o programa e para o crescimento dela dentro do jogo. “Eu amei, deu pra ela ver muita coisa, as pessoas na casa sentiram falta dela e fortaleceu demais a participação dela, ganhou torcida de muitos famosos. O retorno foi incrível, ela voltou e fez a casa balançar”, afirma.
Edição 2018
Apesar de ter seu favorito, Leide nunca vota nos paredões, mas confessa que confere na internet notícias sobre a edição que ela acredita ser fraca: “esse BBB, em termos de participantes, acho que foi o pior. Não gostei muito da escolha deles, achei bem chatos”, confessa.
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Juliana discorda. Para ela os participantes são o ponto alto: “tem negro, jovem, velho, estudante, esportista, ‘bombado’ e etc”, comenta. Para ela, essa mistura enaltece o que acredita ser o principal ponto do BBB: observar a relação entre pessoas tão distintas. “Acho que isso engrandece a discussão sobre a convivência e traz conteúdo para o público, evidenciando e aprendendo a conviver com as diferenças alheias”, completa.
A super-fã Mariana concorda: “esse ano tiveram provas legais, shows legais, participantes legais, mas ao mesmo tempo foi a que eu mais fiquei irritada porque a quantidade de gente sem noção que entrou é surreal”, comenta exemplificando com Jéssica e Lucas. A dupla, que entrou no BBB comprometida, se aproximou bastante na casa, atitude que mariana não concordou.
Ela também citou a “panelinha” formada por Caruso, Viegas e Wagner: “não gosto de combinação, de ficar manipulando o jogo”, esclarece.
Já Tuane discorda. De acordo com ela esse ano foi o que mais teve repercussão, inclusive, entre os famosos: “Essa edição foi a que eu mais escutei e vi pessoas falando sobre, em todas as redes sociais. Teve muito envolvimento de celebridades”. Ela ainda conta quem mais chamou sua atenção: “o que prendeu minha atenção foi a participação da Gleici e Wagner”, ressaltando que gostou do romance dos dois.
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Tuane ainda revela que sempre vota para manter seus favoritos dentro da casa. “Eu voto sempre quando é um paredão difícil, tipo quando os emparedados têm torcidas fortes, para que o meu favorito fique. No paredão Paula X Gleici X Mahamud eu votei bastante pra Gleici ir pro quarto e no paredão Família X Wagner eu votei para que o Wagner não saísse”, explica.
Com tanto envolvimento, dedicação e adoração, percebe-se o quando acompanhar um reality show como o "BBB" , pode ser impactante e o quanto a identificação com os participantes pesam na hora de torcer. Com uma programação inteira feita para instigar o telespectador, ainda mais em sua reta final, o programa, de fato, acaba se tornando parte da vida das pessoas.