Depois de acompanhar vidrado cada capítulo do maior sucessos das nove dos últimos tempos, todo o público se sente um pouco “filho do Pantanal”, como canta Maria Bethânia na abertura do folhetim que chega ao fim hoje. O remake de Bruno Luperi, adaptado da obra original de Benedito Ruy Barbosa exibida pela primeira vez há mais de 30 anos, ganhou nova roupagem com recursos tecnológicos e abordagem de temas como o racismo e a homofobia. O clima de saudade não toma conta apenas dos telespectadores, mas também do elenco, que ao mesmo tempo festeja o enorme sucesso do trabalho.
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— Foi lindo ver a generosidade do público com a gente — diz Bella Campos, a Muda, destacando o quanto a novela conseguiu envolver as pessoas: — Nós nos sentimos parte da família Leôncio, temos essa sensação de pertencimento à cozinha da Filó, às rodas de viola... De alguma forma, parecia que o público estava sempre ali com a gente também.
Os fãs da história inúmeras vezes fizeram “Pantanal’’ ocupar o topo dos assuntos mais comentados na internet. A trama foi tema até de festa de aniversário, com convidados vestidos a caráter. A novela fez a galera torcer por casais com muita química, aprender novas palavras e expressões e vibrar com cenas icônicas. Sem falar da curiosidade pela “novela paralela’’, já que os atores postavam em suas redes sociais muita coisa dos bastidores, e os internautas acompanhavam tudo com afinco. A equipe se doou de verdade. Em solo pantaneiro, as gravações renderam boas histórias pra contar. Silvero Pereira, o Zaquieu, relembra com bom humor:
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— Teve um dia em que não foi possível entrar no quarto da fazenda que nos hospedou porque tinha um jacaré na varanda! Em outro, tivemos uma crise de carrapatos dos cavalos e precisávamos tomar banho de sabão de enxofre porque estávamos paranoicos com a possibilidade de ter pego o bicho também.
Para Camila Morgado, a Irma, o entrosamento entre os colegas foi um diferencial.
— Equipe e elenco se deram muito bem. A gente se gosta, quer estar junto, se pertence. Isso é raro. Contamos nos dedos os trabalhos que ficam em um lugar muito especial. E esse fica — enfatiza a atriz.
Aline Borges endossa:
— Quem viveu esses bastidores e o quanto essa obra que mexe tanto com o público potencializou nossa alma artística sabe que isso é poderoso. Quando amamos muito uma coisa e fazemos um trabalho fora da curva como esse, é difícil se despedir.
O sentimento é também de alívio após tanta expectativa gerada no início das gravações, em agosto de 2021, e de felicidade.
— Agora o coração está doendo. Parece formatura do terceiro ano, quando a gente começa a assinar as camisas — compara Guito, o Tibério, logo após ter finalizado as gravações na última semana: — Não dá para comparar as duas versões, o mundo mudou, os tempos são outros. Mas acho que, como daquela vez, conseguimos contar uma boa história para o público.
José Loreto que o diga! O intérprete do peão Tadeu falou em entrevista para a coluna “Telinha’’ que, nas ruas, as pessoas querem falar com o personagem, na verdade, e não com ele especificamente. Para Loreto, o clima intenso de gravações ofuscou a satisfação por realizar esse trabalho.
Foi intenso, cansativo, mas todo dia eu vinha com um sorrisão na cara.
+ O "AUÊ" é o programa de entretenimento do iG Gente. Com apresentação de Kadu Brandão e comentários da equipe de redação, o programa vai ao ar toda sexta-feira, às 12h, no YouTube, com retransmissão nas redes sociais do portal.