Silvero sobre personagem gay em Pantanal: "Não pode ser alívio cômico"
No remake da novela, o ator interpreta o mordomo Zaquieu, que trabalha com a família Novaes
Silvero Pereira está no elenco do remake de "Pantanal"
, novela de Benedito Ruy Barbosa e adaptada por Bruno Luperi, neto do ator. Na trama que estreia no próximo dia 28 na Globo, o ator interpreta o mordomo Zaquieu. Na versão original, o personagem gay servia como um alívio cômico, mas o artista já adianta que a homossexualidade não será usada como piada dessa vez.
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Passados 32 anos desde a exibição original de "Pantanal" na Rede Manchete, Silvero comenta que o mundo mudou e não é mais possível fazer a mesma dramaturgia de antes. "O importante é entender que não dá para tratar como alívio cômico. Isso seria um desserviço na sociedade em que a gente vive hoje", diz.
Zaquieu é o mordomo que trabalha para a Mariana (Selma Egrei), mãe de Madeleine (Bruna Linzmeyer/Karine Telles) e Irma (Malu Rodrigues/Camila Morgado). Com um jeito irreverente e divertido, o funcionário se integra à vida da filha e diverte todos, ao mesmo tempo que esconde as cicatrizes do passado.
Silvero conta que esse lado divertido do personagem não se perdeu. Pelo contrário. Ele explica que foi encontrada uma nova maneira de trazer a comédia e diz que sente seguro com o trabalho que está fazendo, pois tem abertura com a direção para debater ideias e questionar falas com as quais não concorda.
"O Zaquieu da primeira versão fez bastante sucesso pelo lugar do cômico e a gente não vai perder isso. A novela trouxe isso e é muito importante para o personagem. Também estou curtindo bastante porque não tenho feito muita coisa de comédia no audiovisual, então tem sido especial para mim. Mas esse outro tom faz com que o personagem fique muito mais carinhoso, muito mais afetivo", conta.
Para o ator, o maior desafio que teve até o momento foi encontrar o novo tom para o personagem. Por mais que tenham falas iguais à primeira versão de "Pantanal", o tom dado para a cena é outro. Na história, Zaquieu também acaba gostando do peão Alcides (Juliano Cazarré). Silvero conta que ainda não sabe o destino dos personagens, mas torce para formarem um par romântico.
"Pantanal" será a segunda novela de Silvero e novamente ele estará nas telinhas com um personagem LGBTQIAP+. O ator comemora a oportunidade de levar a representatividade para a televisão e considera que esses trabalhos acabam tendo uma função educativa, pois levam o debate sobre a diversidade para a população brasileira.
"O mais mágico par mim enquanto artista é quando a gente consegue chegar na televisão no lugar do entretenimento, mas, ao mesmo tempo, ter o didático e a informação junto. Para mim, isso é um prêmio. Acho muito necessário porque a gente vai para dentro do café da manhã, vai para as ruas, vai para o metrô, para o ônibus e as pessoas vão falando sobre esse assunto. Por virar assunto cotidiano, acaba virando de fato a educação fora dos lugares de educação", conclui.