Marcos Palmeira fala sobre herdar papel de Cláudio Marzo em "Pantanal"
O ator aponta as semelhanças e diferenças entre o personagem da versão original e do remake da novela
O texto de "Pantanal", mesmo 32 anos depois da primeira versão (que também teve sua participação), ainda está impregnado em Marcos Palmeira, ele diz. Assim como estavam frescas na memória o clima e as paisagens do bioma da região. Agora, o ator de 58 anos interpreta um dos protagonistas, José Leôncio, o pai de Tadeu, personagem que ele viveu na Rede Manchete (e, no remake, defendido por José Loreto). E é impossível não se lembrar também do saudoso Cláudio Marzo.
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"Quando comecei a ler os textos, vi que eles aindam estavam dentro de mim. Cada um tem um processo, quem prefere não ver a primeira versão, mas eu não vivi uma 'luta', por isso. Eu trago do Cláudio a tranquilidade que ele tinha para fazer novela. Em nenhum momento eu o vi desesperado e ele fazia três papeis, demorava horas para se maquiar naquele calor... Ele sempre numa paz", recorda.
Mas é claro que uma nova versão é a oportunidade para cada um dar a própria cara. Não só pelo avanço do tempo, mas também por se tratarem de corpos distintos e com experiências também diversas.
"Engraçado que o Cláudio era mais novo que eu quando gravou (ator tinha 50 anos), comparado a minha idade hoje. Mas eu me sinto mais novo que ele. Para você ver essa questão do tempo... O Cláudio tinha um José Leôncio mais sóbrio, distante, até da própria relação com a Filó. E quis trazer agora um personagem mais amoroso".
E essa construção do personagem já se dá, geralmente, ao longo da trama, por se tratar de uma obra aberta. No caso de "Pantanal", por ser um remake, a máxima ainda vale, mas facilita o trabalho dos atores para explorar as possibilidades, pois já sabem o destino provável de cada um.
"Por ser uma obra aberta, o ator não costuma ir muito a fundo em um lugar só da personalidade. Você vai testando. E essas diferenças de nuances que dou para o personagem hoje, por exemplo, certamente é mais fácil do que foi para o Cláudio lá atrás. Hoje, temos uma direção, mais ou menos, dos personagens. De qualquer forma, a gente amadurece dentro da própria história, tanto o personagem, quanto como homem."