Fiuk e Arthur
Reproduçao TV Globo
Fiuk e Arthur





A prova do líder do “Big Brother Brasil 21” desta quinta (11) testou a resistência dos participantes  durante oito horas seguidas , até restarem os vencedores, Fiuk e Rodolffo. A última equipe a deixar o jogo foi Projota e o instrutor de  crossfit Arthur -- e a internet não perdoou.

O ator, conhecido por fumar um maço de cigarro atrás do outro, permaneceu firme na prova de resistência e ficou conhecido por ter um “pulmão de aço”. Apesar de ter se mostrado mais forte do que parece, será que os fumantes podem se dar melhor em atividades físicas do que os crossfiteiros? Especialistas respondem.


Para o instrutor de crossfit e educador físico Dinei Siqueira, o crossfit é uma atividade esportiva que trabalha as diversas capacidades físicas do ser humano de uma maneira ampla e não específica. Isto é, o praticante da modalidade poderá ser bom em tudo, mas provavelmente não o melhor. Além do mais, Dinei explica que Arthur foi mais prejudicado que Fiuk, nesta prova, por ter uma grande massa corpórea. 

“Arthur tem uma massa corporal muito grande e faz com que o corpo dele tenha um gasto energético muito acelerado, já o Fiuk, por ser magro, independente de ser fumante ou não, demanda uma quantidade muito menor de energia para se manter ativo. A prova teve um desgaste físico absurdo, especialmente para as pessoas com maior massa muscular”, explica o instrutor. 

“Os participantes tinham que andar de um lado para o outro e fazer a troca com o companheiro carregando algo que não era pesado. Não era necessário nenhuma característica de um atleta para fazer a prova”, complementa. Confira o vídeo abaixo:

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Para Elie Fiss, médico pneumologista, pesquisador sênior do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor da Faculdade de Medicina do ABC, apesar de Fiuk surpreender pelo seu bom rendimento na prova, futuramente ele sentirá os impactos do hábito de fumar.

“O prejuízo é muito lento e o jovem não percebe que está sendo prejudicado. Ele acaba não sentindo, pode até fazer o esporte e ganhar, porque tem um condicionamento prévio bom, mas foi porque o tabagismo ainda não atrapalhou”, explica. 

Arthur Feltrin, médico pneumologista, especialista em doenças respiratórias e tabagismo, explica os efeitos a longo prazo do hábito de fumar: “80% dos casos de enfisemas pulmonares, doença degenerativa nos pulmões, está relacionado ao uso crônico do cigarro”. Além do mais, o fumante tem mais chances de desenvolver bronquite crônica e câncer de pulmão, de boca e de laringe.

“O paciente que fuma há pouco tempo ou muito, com certeza vai ter um condicionamento pior ao longo da vida e vai piorar a realização de atividades físicas. Lembrando que, uma das principais estratégias para parar de fumar é fazer atividades físicas, pois liberam hormônios como serotonina, endorfina, adrenalina”, complementa o especialista em tabagismo.

No futuro, o hábito de fumar poderá prejudicar também o coração. É isso que explica o cardiologista Hélio Castello. “A longo prazo, ele aumenta a chance de infarto, de acidente vascular cerebral, arritmias, dilatação do coração, contração de vasos e de acúmulo de gordura nas artérias. Pode causar uma série de problemas graves do coração e é um dos principais fatores de risco para o infarto”, afirma.

Segundo ele, diferente da opinião dos médicos pneumologistas, os fumantes eventualmente podem se dar melhor em alguma atividade física -- tudo vai depender da modalidade.

“Se for de resistência física aeróbica, geralmente não. Já provas de concentração, que lidam mais com a cabeça, talvez. Exercícios de resistência aeróbica, como correr e nadar, não, pois ele não tem capacidade aeróbica para isso, o coração não estará treinado e não terá condicionamento físico. Neste caso, o instrutor de crossfit se daria melhor”, afirma o cardiologista.

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