O “Vídeo Show”, programa que mostrou os bastidores das produções da Globo durante mais de 35 anos, se despede do público nesta sexta-feira (11). A partir da próxima segunda-feira (14), a “Sessão da Tarde” irá ao ar mais cedo com o fim da atração.
Leia também: Globo decide encerrar "Vídeo Show" após 35 anos no ar
No ar desde 1983, “Vídeo Show” é um dos programas mais antigos da emissora, junto de atrações como “ Globo Repórter”, “Fantástico” e até a “Sessão da Tarde”, que com o fim da revista eletrônica irá ao ar às 14h00.
Leia também: "Vídeo Show" precisa encontrar novos gatilhos para manter espaço na TV
Como tapa buraco, de 14 a 18 de janeiro, depois da “Sessão da Tarde”, o “Vale a Pena Ver de Novo” exibe as emoções finais de “Belíssima” em dobradinha com os primeiros capítulos de “Cordel Encantado”. Após este período, a emissora vai exibir um especial de "A Grande Família" após o filme vespertino.
Em homenagem ao programa de crossmedia da emissora, o iG Gente compilou os momentos épicos e as situações mais vergonha alheia da produção.
Momentos épicos
- Grante Otelo na tela (1983)
Ultrapassando gerações, o programa teve um número alarmante de apresentadores, e Tássia Camargo foi a primeira a ocupar esta posição em 1983. Bela, jovem e talentosa, ela entrevistou grandes nomes da televisão brasileira, como Grande Otelo, uma lenda da atuação, que comentou suas obras e falou sobre os bastidores com afeto e nostalgia.
- Marcelo Tas fala de censura (1987)
Um dos apresentadores do programa da Globo foi Marcelo Tas. Em uma edição de 1987, o apresentador chamou atenção ao receber a carta de uma menina com perguntas um tanto "abusadas" sobre a censura no País, que havia acabado de sair de um regime militar.
A carta questionava o motivo de não poder falar palavrão em rede nacional e por que as novelas não mostravam os bumbuns dos "moços bonitos", vulgo, galãs das novelas. Engajado, o apresentador respondeu as perguntas com humor e irreverência, chegando a mostrar como eram os figurinos das chacretes (dançarinas do programa do Chacrinha) antes e depois da ditadura militar.
- Morte de Leandro (1998)
Em 1998, o cantor Leandro morreu de câncer e comoveu o país inteiro. Tendo isso, a atração diária fez um especial da dupla, mostrando cenas de bastidores, entrevistas raras, a rotina dos músicos e a comoção dos fãs na época.
- Xuxa grava quinto álbum (1990)
É inegável que Xuxa foi um dos maiores fenômenos brasileiros. Em 1990, a artista gravava seu quinto disco de estúdio. Isso mesmo! E se a gravidez da loira foi televisionada pelo “Jornal Nacional”, os bastidores do álbum foram acompanhados pelo “Vídeo Show”.
- O público viu Falabella envelhecer
Entra apresentador, sai apresentador, mas uma peça sempre continuou na equação da revista eletrônica: Miguel Falabella. O apresentador esteve presente em boa parte da história do "Vídeo Show" e quem assistiu o programa pôde acompanhar o envelhecimento do galã diante das câmeras.
Momentos vergonha alheia
Com mais de 30 anos de exibição e um rodízio intermitente de apresentadores, é claro que a revista eletrônica daria algumas bolas fora. De errar um nome a discursos que causaram revolta nos telespectadores, têm de tudo.
- Otaviano e o discurso (2017)
Em 2017, Emilly Araújo e Marcos Harter protagonizaram um relacionamento abusivo em plena rede nacional. Sendo o programa um projeto de crossmedia, é natural que eles comentassem o caso. Otaviano Costa deu um show de vergonha alheia ao “defender” as atitudes de Marcos sobre Emilly.
Na edição, o programa exibiu uma matéria que mostrava o momento em que Marcos se exaltou ao discutir com participantes do “BBB”. O vídeo terminava com a fala de Vivian perguntando: "Precisa disso?". Otaviano entrou em seguida e emendou: "Precisa sim, a gente gosta, ué. É bom agitar", disse entre risos.
Depois da repercussão negativa na web, o apresentador chegou a pedir desculpas: "Fiz uma brincadeira soando um machismo feio, grosso, desordeiro. Fiquei mal porque ao zelar pela brincadeira do 'BBB' vi o quanto machista eu estava sendo e aparentemente estimular um homem apontando o dedo no rosto de uma mulher, coisa que eu abomino”. observou.
- Os quadros difíceis e engraçados. (1985)
Após Tássia Camargo, uma constelação de estrelas apresentou o programa. Em sua vez de comandar a atração, Malu Mader protagonizou algumas gafes, mas nada se compara as reportagens “Volta dos que Não Foram” e “Tradução de Nomes”, que foram ao ar em 1985.
Na primeira, Malu entrevistava artistas que estavam afastados dos holofotes por algum tempo e, por engano, acabaram sendo dados como mortos. Grande Otelo, Dirce Migliaccio e até Chico Anysio passaram por este transtorno. Irreverente, o humorista chegou a fazer um stand-up no “Fantástico” sobre sua falsa morte. À época, Otelo chegou a dizer que foi à uma praça dizer para o povo que estava vivo. Já Dirce comentou que, antes de saber, estranhou o olhar das pessoas sobre ela no dia em que a nota foi dada.
Já na segunda reportagem, o programa traduzia nomes de grandes personalidades públicas. Freddie Mercury ganhou a alcunha de Frederico Mercúrio; Michael Jackson, Micael Filho de Jaques; Donna Summer, Dona Verão; e, por fim, George Bush ficou Jorge Arbusto.
- Susana Vieira (2009)
Antes da primeira década dos anos 2000, Susana Vieira fez uma apelo desbocado no vespertino diário. A atriz, que hoje tem fama de ser sem filtro, soltou o verbo ao vivo: "eu estou aceitando qualquer oferta, eu estou doida para trabalhar, já até botei no jornal que quero fazer 'Trapalhões', mas ninguém me chamou. Tô doida para voltar a gravar".
Após a repercussão do discurso, a atriz foi convidada a participar de um episódio da "Turma do Didi". Durante uma entrevista para a revista eletrônica que foi cancelada, a atriz esbanjou irreverência com Giovana Tominaga, repórter à época. O episódio acabou tendo alta repercussão pelas falas "não tenho paciência para quem está começando".
- Xuxa e Renato Aragão (1985)
Com missão de sempre divulgar as atrações da Rede Globo , em 1985, o "Vídeo Show" foi acompanhar as gravações de um filme dos trapalhões. Em uma brincadeira com Xuxa, que estava personificada como freira, Renato Aragão cai em cima da artista e quase beija a loira.
- Cissa Guimarães (1995)
Em 1995 a cantora Adriana Calcanhoto estava em seu auge. Na época, a artista foi entrevistada por Cissa Guimarães para o "Vídeo Show" . Andando pela orla de Ipanema, no Rio de Janeiro, Cissa colocou a cantora em uma saia justa ao parar um ciclista para elogiar a artista. Após levar uma cantada, Adriana até recebeu um convite para dar um "rolé de bicicleta", mas negou com classe e pediu para que Guimarães prosseguisse a entrevista na revista eletrônica.