“A Força do Querer”, que se encerra este mês, passou num piscar de olhos. Ao contrário de sua antecessora “ A Lei do Amor ”, a novela não ficou cansativa, nem precisou rever rumos para melhorar a audiência. A maior sacada de Glória Perez , e que deveria ser adotada mais vezes por outros autores, foi a troca de protagonistas. Às vezes, uns tinham mais destaques que outros, o que evitou colocar toda a história em cima de um núcleo só. Glória também soube aproveitar a relação entre as personagens, gerando bons momentos. Os personagens secundários também foram, no geral, bem aproveitados e Elizângela brilhou como Aurora, a mãe de Bibi ( Juliana Paes ).
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![Rivalidade entre Jeiza (Paolla Oliveira) e Bibi (Juliana Paes) foi um dos pontos fortes da novela Rivalidade entre Jeiza (Paolla Oliveira) e Bibi (Juliana Paes) foi um dos pontos fortes da novela](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/87/2b/2n/872b2nhj3ql3fraqglvtjfgtf.jpg)
Outro aspecto bem trabalhado na trama foi o maniqueísmo, ou a falta dele. É muito comum em novelas ver personagens completamente bons ou completamente maus. Mas não em “ A Força do Querer ”. No folhetim, os personagens tem qualidades e defeitos o que, convenhamos, é o mais comum na realidade. Na prática, ele evita personagens “bobinhos” e sem personalidade (como, por exemplo, todos os personagens de Paolla Oliveira antes da Jeiza).
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Transexualidade
![Glória Perez falou de transexualidade em undefined](http://statig2.akamaized.net/bancodeimagens/8u/f5/bm/8uf5bm163mrfaocv26agcscd2.jpg)
Glória Perez também não evitou temas espinhosos e, por isso, pela primeira vez na televisão aberta, vimos um personagem transexual. Ao longo da novela, pudemos acompanhar a batalha de Ivana ( Carol Duarte) com ela mesma, tentando entender sua relação de desprezo com seu corpo. Mesmo que tenha gerado algumas críticas, o arco não teve um tom “educacional” que costuma ser irritante, e apresentou os conflitos de um grupo marginalizado na sociedade e, mais ainda, nas artes.
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O que o povo gosta
Outros pontos positivos são mais simples e leves, como os núcleos mais descontraídos, envolvendo principalmente as pessoas de Parazinho. Glória sempre foi boa em emplacar bordões (“Isha’Allah”) e dessa vez não foi diferente. Ritinha (Isis Valverde), Zeca (Marco Pigossi) e Seu Abel (Tonico Pereira) são adeptos do termo “Égua”, que caiu na boca do povo.
Os esquecidos
![A sereia, bem como a relação A sereia, bem como a relação](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/9o/vb/v7/9ovbv7ns620u8qp9an3llf1ia.jpg)
Nem tudo na novela deu certo, porém. O misticismo apontado logo no começo, com a relação entre Zeca e Ruy (Fiuk) traçada por um índio quando os dois caem num rio acabou não rendendo. Mesmo com os conflitos entre eles, o aspecto “mágico” não gerou interesse.
Além disso, alguns personagens foram ignorados na novela. Marilda (Dandara Mariana), Amaro (Pedro Nercessian) e Simone (Juliana Paiva) só existiram para servir de “muleta” para os protagonistas. Outros menos sortudos como Raul Gazolla, Lua Blanco e Lucy Ramos, foram completamente esquecidos.
Ainda assim, “ A Força do Querer ” foi uma força (desculpe o trocadilho!) no horário e mostrou que as novelas continuam sim muito bem.
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