Um das cenas mais impactantes do primeiro episódio de “ Carcereiros ” também é uma das mais curtas e não tem nem diálogo. Em meio a uma rebelião violenta no presídio, Adriano (Rodrigo Lombardi) se vê tentando resgatar um preso, ao mesmo tempo que não pode ser visto pelos outros. Entre colchões queimados e munido apenas com as chaves das celas, Adriano se esconde atrás de uma parede, esperando o melhor momento de avançar. E é nesse pequeno momento que podemos ver: o medo, o desespero, e o desejo de permanecer vivo estampados no seu rosto.
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O mérito, claro, é do próprio Rodrigo Lombardi . “Na minha opinião, o Rodrigo muda de patamar como ator dramático a partir dessa série”, comenta Marçal Aquino, jornalista, roteirista e um dos autores da série. Com elenco fixo pequeno, incluindo outros carcereiros como Valdir (Tony Tornado) e Juscelino (Aílton Graça), a série tem uma rotatividade alta de coadjuvantes, já que a história é diferente a cada episódio. Esse fato apenas evidencia a dedicação de Rodrigo para o papel, que teve apenas três semanas para se preparar.
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Rodrigo, porém, não é o único a receber os elogios. Parte de seu bom desempenho se dá pela direção de Eduardo Belmonte (“Alemão” e “Se Nada Mais Der Certo”). Ele foi responsável pela direção-geral da série, e dividiu a claquete dos episódios com Fernando Grostein (“Quebrando o Tabu” e “Na Quebrada”). Belmonte conta que ele mesmo fez a preparação dos atores e, nas semanas anteriores as gravações, buscou com o resto do elenco, “entender sensorialmente e intelectualmente os personagens”.
Não mais galã
Além de fazer “Carcereiros”, que estará disponível para os assinantes do Globo Play nessa quinta-feira (08), Lombardi também está no ar como Caio em “ A Força do Querer ”, seu segundo protagonista em novelas de Glória Perez. Caio, que começa a trama envolvido com Bibi ( Juliana Paes ), mantém um certo mistério e, aos poucos, vai mostrar suas verdadeiras intenções na trama.
Mas antes disso, seu papel mais marcante na TV foi também sua outra colaboração com a autora em “ Caminho das Índias ”. Como Raj, Rodrigo roubou a cena e, de possível antagonista, se tornou o principal mocinho da história.
Mas, nem sempre foi assim. Ele estreou na Rede Globo em “Bang Bang” (2005), fracasso de público e crítica. Antes disso, ele já tinha passado por Record e SBT. Sua estreia na Globo teve críticas negativas, e o trabalho seguinte em “Pé na Jaca” não foi muito melhor.
Foi mesmo Raj que transformou a carreira do ator e o transformou em galã. Ele coleciona novelas com esse status: “O Astro”, “ Salve Jorge ” e, mais recentemente, “ Verdades Secretas ”. Nessa última, a palavra “galã” foi elevada a outro patamar, com diversas cenas de nu parcial e um personagem que exalava sensualidade.
Agora, o ator tem a chance de refazer novamente seu “status”. Uma vez galã , sempre galã. Mas com “Carcereiros”, que estreia na grade da emissora somente em 2018, depois do fim de “A Força do Querer”, Rodrigo Lombardi pode se firmar como um dos maiores atores nacionais.
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