A Globo abriu mais um horário para as novelas as 23h, inicialmente dedicado a remakes de sucessos do passado. Assim, a emissora exibiu com sucesso “O Astro”, “Gabriela” e “O Rebu”. Mas, depois disso, eles apostaram em folhetins autorais que não conseguiram ter o mesmo impacto dos remakes, como é o caso de “Onde Nascem os Fortes”.

Personagens inconstantes e tramas esquecidas marcaram
Divulgação Rede Globo
Personagens inconstantes e tramas esquecidas marcaram "Onde nascem os Fortes", que termina nessa segunda-feira (16)

A supersérie começou bem com o mistério de “o que aconteceu com Nonato (Marco Pigossi)”, mas as barrigas acabaram atrapalhando o andamento de “ Onde Nascem os Fortes ”. Patrícia Pillar, Alexandre Nero, Fábio Assunção e Débora Bloch tiveram boas performances, dentro de personagens rasos ou contraditórios.

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Até agora, o único texto autoral que foi realmente um sucesso no horário foi “ Verdades Secretas ”. Criada por Walcyr Carrasco, a trama sobre o “book rosa” conquistou aquela rara combinação de agradar público e crítica, e foi muito comentada, mesmo por quem não acompanhava com afinco.

“Os Dias Eram Assim”, que tinha sido escrita inicialmente como uma novela das 18h, não se adaptou bem para o horário e sofreu várias mudanças até chegar ao final. Agora, a novela que se passa no sertão soma boas atuações com uma bela fotografia, mas talvez servisse melhor como série.

Núcleos esquecidos de "Onde Nascem os Fortes"

A trama do lajedo dos Anjos, bem como a atuação de Irandhir Santos foram desperdiçados
Divulgação / Rede Globo
A trama do lajedo dos Anjos, bem como a atuação de Irandhir Santos foram desperdiçados

Com muitos atores de renome, o folhetim não soube aproveitar todos. Camila Márdila, Irandhir Santos e Maeve Jenkins, por exemplo, não tiveram destaque na trama envolvendo o Lajedo dos Anjos. O personagem de Lee Taylor, Simplício, vendido como um homem com “passado misterioso”, hora ajudou Maria (Alice Wegmann), hora se envolveu com Rosinete (Débora Bloch), antes de mostrar seu lado obsessivo e tentar, de todo jeito, conquistar Maria de volta.

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Outro personagem que foi desenvolvido de uma maneira e num arroubo de bipolaridade se transformou foi Pedro (Nero). Tido como principal suspeito da morte de Nonato, ele foi desenvolvido como um homem autoritário e de índole duvidosa. Agora, porém, se transformou em alguém sentimental e benevolente. As novas atitudes acabaram causando estranheza, pois não condiziam com a maneira como o personagem foi apresentado até então.

Ramiro (Assunção), por exemplo, apesar de não ser tão bem elaborado, foi coerente ao longo de toda a trama. Fábio Assunção está bem no papel, apesar do péssimo sotaque, e o personagem manteve a ambiguidade do começo ao fim.

Destaques positivos

Alice Wegmann é o grande destaque de
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Alice Wegmann é o grande destaque de "Onde nascem os Fortes" e apresentou a melhor performance da carreira

Além da bela fotografia, a supersérie acertou na trama principal e em apoiar suas forças em Patrícia Pillar. Mulher com um passado misterioso, ela vai se abrindo se expondo de maneira progressiva por toda a história, até chegar a revelação final de que ela não é a mãe biológica de Maria e Nonato.

Outro destaque é Jesuíta Barbosa. A trama de Ramirinho, que se transforma em Shakira do Sertão para se apresentar, também não entregou o prometido, mas pelo menos serviu como palco para o imenso talento do ator.

Por fim, o maior destaque da supersérie é Alice Wegmann. Depois da fraca participação em “A Lei do Amor” (não por culpa dela, mas pelo texto horroroso), Alice e sua Maria brilharam absolutas. Ela se despiu de qualquer vaidade para criar uma personagem crua e ao mesmo tempo cheia de sentimentos. Se na superfície a história gira em torno do sumiço do irmão, é Maria que atrai tudo e todos a sua volta.

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No fim, “ Onde Nascem os Fortes ” é uma novela esquecível com atuações memoráveis. Por conta disso, ela não pode ser classificada como ruim, mas dado o histórico do horário, parece que a emissora tem perdido a mão nas últimas tentativas.

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