Música de Melody e Naldo bombou
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Música de Melody e Naldo bombou


O ano está acabando e os artistas brasileiros seguem bombando nas plataformas digitais. Em 2023, nomes como João Gomes, Melody e Felipe Amorim chamaram a atenção do país com a musicalidade.

Em levantamento exclusivo para o iG Gente, Rodrigo Azevedo, editor de música do Spotify Brasil, separou 5 tendências que deram certo em 2023 na música brasileira; confira! 

A mistura de funk e sertanejo

Trabalhar com um artista de outro gênero não apenas amplia a perspectiva, como pode ampliar muito o alcance e a base de fãs. Este ano, vimos o aumento das colaborações entre artistas de diferentes gêneros cresceram exponencialmente.

O sertanejo, que já flertou com pisadinha, forró e outras vertentes musicais, se aproximou do funk e alçou grandes voos entre as músicas mais tocadas do país. São os caso de: "DENTRO DA HILUX", de Luan Pereira, MC Ryan SP e MC Daniel, em 9º lugar entre as mais tocadas do país e no ranking do Spotify Charts há 13 semanas, além de "Eu Não Dou Conta - Ao Vivo", de Israel & Rodolfo com Mc Don Juan e João Gomes, na 28ª posição na mesma lista, com permanência há 9 semanas.

A viralização de versões com samples

É muito comum escutarmos uma música e ficarmos com aquela sensação de “acho que já ouvi isso em algum lugar”. Pode ser coincidência ou realmente você já escutou, e isso acontece devido a algo comum na produção musical: o uso de samples e interpolações.

Essa é uma prática muito utilizada na indústria fonográfica, tanto os samples quanto as interpolações são usados como elementos de canções já lançadas para criar novas músicas. Nos últimos anos é notável o crescimento de criações musicais com “efeitos nostálgicos“. Porém, esse é um tema polêmico e gera confusão, pois essas técnicas às vezes são apontadas como plágio.

Ao longo do ano, muitas músicas com samples de hits internacionais caíram no gosto dos brasileiros. 085 - Ao Vivo de MC Rogerinho, Agudo Mágico 3 por MC K.K, Dj TG Beats, Dj Aurélio e MC LipiVox, Mega do Akon por DJ Jonatas Felipe e DogBeat, Toca o Trompete de Felipe Amorim e Love Love de Melody e Naldo Benny são algumas das músicas brasileiras que tiveram o uso dessas técnicas e ocuparam os Charts do Spotify.

Os maiores hits frutos desta tendência ganharam, inclusive, uma playlist dedicada: Versão Brasileira, que contempla 50 faixas inspiradas atualmente em informações da Retrospectiva Spotify.

O aumento de presença feminina no Pagode e no Trap

Este foi um ano de sucesso para dois gêneros brasileiros que apesar de à primeira vista não parecer terem tanto em comum, tiveram uma intersecção muito valiosa: o sucesso de nomes femininos. O pagode confirmou seu espaço - a playlist Pagodeira é a quarta maior playlist do Spotify no País - e apresentou mais mulheres, como Marvvila, Thais Macedo, Andressa Hayalla e Gica, que alcançaram patamares predominantemente masculinos.

Novas artistas se popularizaram também no Trap, um espaço que lutam para conquistar há tempos. Ebony com Espero Que Entendam - freestyle, Ajuliacosta com Bru tas Também Choram e Mc Luanna com HSEH mostram este chamado às vozes femininas dentro do gênero de maneira explícita.

É importante ainda destacar que o rap feito por MCs mulheres aborda ainda mais aspectos do universo de jovens mulheres em rima, não só temas ditos como “femininos” como fragilidades e anseios, o foco delas vai de encontro a libertação de estereótipos e um basta aos silenciamentos, como em 3AM (PXTA RASA - Remix música resposta com a ótica feminina da Ajuliacosta à 3AM (PXT4 RASA). Exemplo também desta conquista feminina foi o marco da canção Piloto de Flora Matos, lançada há cinco anos, que ganhou o status de hit e alcançou o terceiro lugar entre as mais escutadas no ranking semanal Top Músicas Brasil no Spotify Charts em 16 de outubro.


O Phonk nas paradas globais

O phonk, movimento que nasceu anos atrás na Europa, ganhou força em uma via de mão dupla. Neste ano, o estilo bebeu de fontes nacionais, com o funk brasileiro sendo utilizado em inúmeras produções internacionais de phonk. Na contramão, artistas brasileiros também se apropriaram do estilo em produções inéditas. O phonk é responsável por exportar vários dos maiores tesouros nacionais do gênero, como Bibi Babydoll, que ocupou o primeiro lugar de música mais escutada na Ucrânia com Automotivo Bibi Fogosa em 18 de julho e no Top 100 Global diário em 4 de setembro, e DJ Arana, que está em 16º lugar entre as músicas mais ouvidas no Brasil no Spotify Charts e permanece no ranking há 10 semanas consecutivas.

A popularidade do Jersey Club

Observamos uma tendência que já se desenhava há algum tempo, ganhar forma de uma vez por todas em 2023: a adoção do Jersey Club, subgênero do rap e da EDM surgido em meados dos anos 2000 na região de Nova Jersey e Baltimore, nos Estados Unidos, pelos rappers.

Desde agosto e setembro de 2022, notamos mais artistas fazendo Jersey Club, quase como uma 'descoberta' do subgênero. Muitos dos principais artistas de trap tiveram pelo menos uma faixa de Jersey Club dentro de seus discos.

São os casos de KayBlack com C'est la vie (Bônus), Veigh com Nunca Sozinho e Djonga com 5 da manhã. Além disso, recentemente Duquesa apresento u influências evidentes de Jersey Club na sua faixa Atlanta para a primeira série de Spotify Singles AMPLIFIKA, lançada este ano.

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