Isis Valverde interpreta Ângela Diniz em filme sobre socialite
Reprodução/Crédito: Bravura Cinematográfica - 05.09.2023
Isis Valverde interpreta Ângela Diniz em filme sobre socialite


Estreia nos cinemas, nesta quinta-feira (7), o filme “Angela”, inspirado na história de Ângela Diniz. A atriz Isis Valverde vive a protagonista no longa, que explora os últimos meses de vida da socialite assassinada pelo então companheiro, o empresário Raul Fernando do Amaral Street, conhecido como “Doca Street”.


O caso teve ampla repercussão na mídia e continua chamando atenção do público após quase 50 anos. Relembre:

Polêmicas anteriores

Desquite judicial:  Ângela Maria Fernandes Diniz nasceu em 1944 e teve outros relacionamentos polêmicos antes de conhecer Doca Street. A mineira se casou aos 17 anos com o engenheiro Milton Villas Boas, com quem teve três filhos. O casal se separou após nove anos de relacionamento e precisou fazer um acordo judicial de desquite, já que o divórcio não era permitido na época. Ela precisou abdicar da guarda dos filhos ao ex-marido para concluir a decisão.

Morte de caseiro: Diniz recebia uma pensão mensal e morava em uma mansão em Belo Horizonte, palco de outra polêmica da trajetória. José Avelino dos Santos, então caseiro da propriedade, foi encontrado morto no imóvel, com um tiro no rosto. A socialite assumiu a culpa inicialmente, alegando legítima defesa, mas as investigações apontaram a presença de outra pessoa na casa, Arthur Vale Mendes, conhecido como Tuca Mendes.

Amante: Ângela afirmou no depoimento que assumiu a culpa para proteger o milionário mineiro, de quem era amante. O herdeiro do grupo Mendes Júnior era casado e alegou ter visto um vulto fora da mansão e reagiu, matando o caseiro. As circunstâncias do assassinato nunca foram esclarecidas e Tuca foi condenado a dois anos de prisão com direito a sursis, suspensão condicional da pena. A socialite e o milionário se separaram diante do escândalo e Diniz decidiu se mudar para o Rio de Janeiro.

Do romance ao crime

Relacionamento: Ângela Diniz conheceu Doca Street em 1976, quando o empresário ainda era casado com a milionária Adelita Scarpa. Ele deixou a então companheira para viver o romance com a mineira, que durou quatro meses. O relacionamento foi marcado por episódios de violência e crises de ciúmes.

Assassinato: Em 30 de dezembro de 1976, os dois estavam na Praia dos Ossos, em Búzios, no Rio de Janeiro. Ângela tentava terminar a relação, mas Doca não aceitava. A discussão terminou no crime fatal: o empresário matou a socialite com três tiros no rosto e um na nuca.

Foragido: Doca Street ficou foragido por semanas após cometer o crime. Ele deu entrevistas para a Globo e TV Manchete antes de se entregar à polícia em janeiro de 1977.

Julgamentos e impacto social

Primeiro julgamento: Em 1979, a defesa de Doca Street alegou legítima defesa da honra e questionou o histórico de Ângela Diniz, apontando a moralidade sexual, a dependência de drogas e o envolvimento da socialite em outros crimes. O empresário recebeu uma pena de 18 meses pelo crime e seis meses por fugir da Justiça, com direito a sursis. Como ele já havia passado sete meses preso, foi liberado no mesmo ano.


Segundo julgamento: O caso tomou grande proporção na mídia e uma série de ações do movimento feminista na busca de justiça por Ângela. A defesa de Doca dizia que ele “matou por amor”, enquanto os movimentos da época seguiam o lema “quem ama não mata”. Ele passou por um segundo julgamento e foi condenado a 15 anos de prisão. Doca Street cumpriu a pena e morreu em 2020, aos 86 anos.

Mídia

TV:  a história de Ângela Diniz virou uma minissérie na Globo, intitulada “Quem Ama Não Mata”. A produção foi protagonizada por Marília Pêra e Cláudio Marzo. O assassinato ainda foi reconstituído na emissora no programa de crimes reais “Linha Direta”.

Livros:  enquanto Doca Street lançou um livro contando a versão dos fatos em 2006, chamado “Mea Culpa”, a escritora Adelaide Carraro se dedicou a explorar a história da socialite no livro “Mulher Livre”, em 2009.

Podcast:  uma das produções mais recentes e de maior destaque entre o público sobre o caso foi o podcast “Praia dos Ossos”, da Rádio Novelo. O projeto foi lançado em 2020 e reconstitui o crime sob o questionamento de "como uma mulher desarmada é morta por quatro tiros e vira a vilã da história?"


Filme: “Ângela”, protagonizado por Isis Valverde, traz o ator Gabriel Braga Nunes como Doca Street. Também integram o elenco nomes como Alice Carvalho, Emilio Orciollo Netto, Bianca Bin, Carolina Manica, Gustavo Machado e Chris Couto. A direção é de Hugo Prata (“Elis”) e o roteiro é de Duda de Almeida (“Sintonia”).


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