Após dois anos com edições virtuais devido à pandemia da covid-19, a “CCXP” voltou aos pavilhões do São Paulo Expo em 2022 com muita empolgação do público. Entre os dias 1º e 4 de dezembro, longas filas dominaram os grandes estandes de plataformas de streaming, como Netflix e Globoplay, de onde pessoas saiam satisfeitas pelas selfies com os personagens favoritos ou pelos brindes oferecidos pelos serviços.
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O maior festival de cultura pop do mundo também reuniu fãs emocionados diante de artistas internacionais, que esbanjaram muito carisma falando em português e até citando cantores nacionais favoritos . Jenna Ortega, por exemplo, expressou a admiração por Gal Costa em um dos painéis que mais reuniu gritos no Palco Thunder, o maior do espaço. No entanto, a protagonista da série “Wandinha” não foi a única a representar a personagem da Família Addams no evento.
O iG Gente marcou presença na “CCXP22” e notou diversas “Wandinhas” entre os cosplays usuais do evento. A paulista Beatriz Fernandes foi uma delas, que ainda se destacou por unir o figurino com a proatividade. Enquanto caracterizada, organizou uma fila na área destinada aos autógrafos para que todos os fãs fossem contemplados caso surgisse a oportunidade de conhecer os ídolos, como Ortega.
“Quando vim pela primeira vez, em 2018, tinha o ingresso comum e não consegui pegar a fila para conhecer Sandra Bullock [de quem é fã], tinha muita gente. Não sabemos se vai ter uma sessão de autógrafos, mas eu resolvi organizar, para ninguém ficar sem, igual eu fiquei. Foi uma iniciativa minha. Porque eu sei como é ruim você ser fã, acabar tendo um dia para realizar o sonho e perder o sonho no segundo”, relata.
Já Yasmin Esteves de Siqueira, de Brasília, resolveu fazer o cosplay pelo simples interesse na série. Ela compartilhou a experiência com a irmã, Giovana, com quem andou pelo festival como as “Wandas”, já que a parente fazia cosplay da personagem Wanda Maximoff, da série "WandaVision".
As primas Beatriz e Maria Helena, da cidade de Sumaré (SP), também compartilharam a experiência do cosplay juntas na “Comic Con Experience”. A dupla explicou que começou o processo dos looks desde o início da venda dos ingressos, em março de 2022, e pôde, desde então, compartilhar a “loucura” do processo.
“A base do vestido a gente mandou na costureira e os incrementos fizemos em casa. Mas o processo em si, é muito trabalhoso, tanto é que antes do evento estávamos terminando de montar algumas coisas. É algo demorado e não é barato, mas vale muito a pena, ainda mais quando as pessoas param e querem tirar foto com você. Falei que se ninguém quisesse tirar foto conosco, eu ia ficar chateada, porque é muito trabalho”, disse Beatriz, que estava caracterizada como Feyre Archeron, personagem do livro “Corte de Espinhos e Rosas”.
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Maria, que fez cosplay de Galadriel, de “O Senhor dos Anéis”, expõe a dificuldade de criar a coroa do figurino do zero. “Fazer coroa foi a parte mais desafiadora. Fiz com o meu tio e a primeira versão deu errado, porque eu imprimi em 3D e ela quebrou”, aponta ela, que explica que conseguiu finalizar o processo após três tentativas.
Beatriz ainda lamenta o calor que sentiu no local: “O vestuário é o mais desafiador [...] Pelo calor que a gente passa aqui, é realmente insuportável. Se estivesse um pouquinho mais frio, eu agradeceria”. Diogo Antonio Freitas, do Rio de Janeiro, também ficaria grato por uma temperatura mais amena no pavilhão. Aos 30 anos, ele realizou cosplay nas últimas três edições presenciais e passou calor com o figurino de 2020, inspirado no seriado “Mandalorian”.
O cosplayer contou com a ajuda de uma cosmaker de Minas Gerais, que elaborou a roupa característica do universo “Star Wars”, desde os acessórios até ao capacete que implicou no calor. “Demorei uma hora e meia para me montar. É bem quente, mas é só ir devagarzinho e não se movimentar muito. É um pouco pesado, mas é bem gratificante no final do dia, gosto bastante”, analisa.
“Gosto de sentir um pouco da vibe da galera tirando foto e curtindo. E também gosto de entrar nesse mundo que a gente vê tanto no dia a dia e acabo gostando de fazer um pouco parte dele também”, reflete Diogo.
Evelyn Oliveira, de 29 anos, também aprecia o contato do público e prezou os detalhes do figurino ao encomendar as roupas para a “CCXP22” com um cosmaker de Brasília.
“Os detalhes são muito importantes para mim. A qualidade do cosplay, ele ter textura. E a gente tenta ser o mais fiel possível do figurino do personagem”, destaca ela, que chamou a atenção dos fãs de “Arcane” ao aparecer com uma arma de 1,30 m para compor o visual de Jinx. Evelyn começou a produzir conteúdo sobre cosplay durante a pandemia e celebra a possibilidade de conhecer pessoas que já a acompanhavam nas redes sociais, mas conta que também sentiu receio com a experiência.
“É a primeira vez que estou fazendo cosplay fora de casa. É muito legal, fiquei uma hora no estande da Netflix tirando foto com a galera [...] Mas é o primeiro evento pós-pandemia, então, nos primeiros dias fiquei com um pouco de fobia, deu uma assustada. Porque às vezes, por exemplo, andando até um próximo estande eu já levo uma hora, você não consegue chegar no próximo lá, é muito difícil, você fica um pouco nervosa. É muito legal a atenção, mas às vezes é tanta gente que te dá aquele sustinho, aquele frio na barriga”, compartilha.
Já Igor Alves Rogério, da cidade de Valinhos (SP), descreve a atenção do público como “maravilhosa”. O jovem de 21 anos começou a fazer cosplay recentemente e prezou em criar o figurino de Chapeleiro Maluco, de “Alice no País das Maravilhas”, com itens de brechó. Ele relata que gastou quatro horas para montar o chapéu com cartolina e EVA, mais de duas horas para completar a maquiagem, e teve um investimento de menos de R$ 100 com o visual completo.
“A parte mais legal é tirar foto com as pessoas. Porque em eventos grandes, como a ‘CCXP’, eu venho todos os dias. Os dois primeiros dias já deram uma cansada, porque você vê muita coisa, muita gente. E para tirar foto, você não faz nada, só fica parado. Então a maravilha é realmente as pessoas vindo, falando que gosta do cosplay, que acha legal, gosta do personagem”, admite.
+ O "AUÊ" é o programa de entretenimento do iG Gente. Com apresentação de Kadu Brandão e comentários da equipe de redação, o programa vai ao ar toda sexta-feira, às 12h, no YouTube, com retransmissão nas redes sociais do portal.