O verão no hemisfério Norte é quando os estúdios programam seus grandes lançamentos. A temporada de blockbusters se concentra entre os meses de abril e agosto e é considerada a mais lucrativa do cinemão.

Apesar da bilheteria recordista de alguns filmes, a grande maioria da Disney , a temporada de blockbusters de verão chega ao fim com queda de 6% em relação à arrecadação de 2018 e com uma frequência 3% menor em relação ao mesmo período. Esses números da ComScore remetem apenas ao mercado da América do Norte.

O iG Gente selecionou os grandes vencedores e perdedoras da mais concorrida temporada do cinema hollywoodiano.

Vencedores

Keanu Reeves

Ele virou namoradinho da internet e teve sua maior bilheteria pós-Matrix com o terceiro “John Wick”. “Parabellum” amealhou US$ 321 milhões nas bilheterias globais e mostrou que a franquia capitaneada pelo astro vai de vento em popa. Reeves também fez uma ponta engraçadíssima em “Meu Eterno Talvez”, comédia romântica fofa da Netflix, que foi decisiva para a consolidação de seu status como queridinho das redes sociais.

Disney

O estúdio emplacou quatro filmes no clube do bilhão na temporada e fez de um deles a maior bilheteria de todos os tempos. “Vingadores: Ultimato” destronou “Avatar” e viu os coleguinhas de estúdio “Toy Story 4”, “O Rei Leão” e “Aladdin” superarem a marca de US$ 1 bi nas bilheterias globais. Só deu Disney no verão americano de 2019.

Quentin Tarantino

O único filme original, ou seja, que não é uma refilmagem ou parte de uma franquia, a liderar as bilheterias dos EUA na temporada foi “Era uma Vez em Hollywood”, o nono filme de Quentin Tarantino. Como esperado, o longa suscitou polêmicas, mas também lavou a alma de quem sente falta de certo star power na Meca do cinema. Com Leonardo DiCaprio, Brad Pitt e Margot Robbie, Tarantino soube se fazer pauta e mostrou, mais uma vez, porque é tão relevante para o cinema.

Will Smith

E por falar em star power, Will Smith, que andava sem gerar paixões nas bilheterias, atingiu pela 1ª vez a marca de US$ 1 Bi nas bilheterias. A aliança com a Disney se provou certeira e estratégica para ambos, já que “Aladdin” superou expectativas de público, crítica e até do próprio estúdio para se consagrar como um dos hits da temporada.

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Musicais

Há quem acredite que musicais são um capricho caro e desinteressante de Hollywood, mas a adesão a dois exemplares no verão americano de 2019 sugere uma análise mais detida. “Rocketman”, sobre a vida de Elton John, e “Yesterday”, que brinca com a ideia de um mundo que não se lembra dos Beatles, foram hits moderados. Ambos arrecadaram mais de US$ 100 milhões em uma época de proliferação de super-heróis nas telas e de refilmagens de clássicos.

Sony

O estúdio foi o que melhor fez frente ao reinado da Disney. “Homem-Longe de Casa”, coproduzido com a Marvel Studios, foi o único filme não Disney da temporada a ultrapassar a barreira do US$ 1 bilhão em arrecadação e o estúdio que apostou no novo Tarantino após a decadência de Harvey Weinstein viu “Era uma Vez em Hollywood” se consagrar como uma das sensações da temporada.

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Perdedores

X-Men: Fênix Negra

Não é preciso dizer muito além de que o longa ostenta a pior bilheteria da franquia mutante nos cinemas. “Fênix Negra” não é um filme ruim, mas o timing de seu lançamento foi o pior possível. A saturação dos mutantes, a indisposição flagrante dos atores, a repetição do mote da Fênix (visto anteriormente em “O Confronto Final”, de 2006) e as semelhanças com “Ultimato” foram cruéis para a carreira do filme.

MIB: Internacional

Uma das muitas refilmagens lançadas na temporada, “MIB” certamente foi a que o público julgou menos precisar. Mesmo com a esperta sacada de reunir Tessa Thompson e Chris Hemsworth, parceiros nos filmes da Marvel, o longa bombou nas bilheterias e se configurou em um dos mais robustos reveses da temporada.

Godzila: Rei dos Monstros

A ideia de “quanto mais monstro melhor” é levada ao último nível aqui e dá redondamente errada. O filme da Warner tem até um bom elenco, mas esse elogio hesitante é a melhor coisa que se pode falar sobre o filme, que foi espezinhado pela crítica e praticamente ignorado pelo público. Financeiramente foi o maior fiasco do verão de 2019.

Cinema indie

Se os musicais tiveram um inesperado momento de brilho, o mesmo não se pode dizer para o cinema independente que resolveu se aventurar na temporada. “Fora de Série”, “Os Mortos Não Morrem” e “Midsommar – O Mal não Espera a Noite” foram bem recebidos pela crítica, mas não empolgaram o público. A decepção com a performance dos filmes foi tamanha entre os insiders da indústria que se estabeleceu um debate em torno do lançamento do aclamadíssimo “Fora de Série” no verão americano, o que para alguns foi um erro estratégico que pode afetar as chances do longa na temporada de premiações.

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