A sequência de "÷", álbum que ajudou a fazer do cantor inglês Ed Sheeran o maior vendedor de discos de 2017, chegou enfim esta sexta-feira ao streaming: "No. 6 Collaborations Project" . O título, que quebra a escrita matemática dos nomes dados aos álbuns anteriores ("÷", "x", de 2014 e "+", de 2011) se relaciona a "No. 5 Collaborations Project", de 2011, o quinto de cinco EPs que Sheeran gravou, no começo da carreira, com a esperança de ser assinado por uma gravadora.

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Ed Sheeran
Reprodução/Instagram/@zakarywalters
Ed Sheeran


Mas se naquele disco, a colaboração do cantor era com astros do grime (tipo bem característico de hip hop inglês) como Devlin, Wiley, P Money, Ghetts e JME, dessa vez Ed Sheeran investe, com todo o poder conquistado na indústria, num misto de quem-é-quem da música de sucesso mundial e estrelas ascendentes a quem se deve prestar atenção.

Com a ajuda de produtores que não costumam errar seus tiros — Max Martin, Shellback, Benny Blanco, Skrillex e Fred Gibson —, " No. 6 Collaborations Project " tem músicas para todos os gostos, como tem sido cada vez mais comum na era do streaming. E não trai a vocação principal do cantor : a de escultor pop que vai buscar seu público onde quer que ele esteja, com uma combinação cientificamente equilibrada de melodia, ritmo, romantismo, sensualidade e melancolia.

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Mas no novo disco, o ruivo opta por evidenciar, como nunca antes na fase de estrelato, suas ligações com o hip hop. "Quero tentar novas coisas, eles só querem que eu cante porque ninguém acredita que eu possa escrever rimas", desabafa ele no rap de Take Me Back to London , dividida com Stormzy, o superstar do grime.

Em seguida, lá está ele novamente bem bicho solto com Travis Scott ( Antisocial ), tentando ficar à altura de Eminem (que devolve a colaboração de Ed em 2017 na música River ) e 50 Cent em Remember the Name , fazendo o contraponto melódico para Young Thug e J Hus em Feels , e relatando a vida na estrada com Meek Mill e A Boogie Wit da Hoodie em A Thousand Nights.

Aos poucos, o lado rascante do rap vai se revestindo de pop nas parcerias com Khalid  ( Beautiful People , crítica light ao mundo da gente bonita e simpática) e com Chance The Rapper e PnB Rock ( Cross Me ). Logo, Ed estará fazendo reggeaton romântico com Justin Bieber ( I Don't Care ), apostando na sensualidade latina com Camila Cabello e Cardi B em "South of The Border", e falando de amor nas parcerias com Ella Mai ( Put it All On Me ), H.E.R. ( I Don't Want Your Money ) e a dupla de rappers Paulo Londra e Dave ( Nothing On You ).

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Produtor conhecido pelo poder das suas batidas, Skrillex se limita a dar uma leve turbinada na romântica Way to Break My Heart , que acaba casando bem com a única balada folk do disco, Best Part of Me , cheia de confissões, ao lado da cantora Yeeba ("Por que diabos você me ama? / Porque eu nem mesmo me amo"). 

No fim das contas, a única faixa mais deslocada do novo álbum é a última: o hard rock funky e selvagem em estilo Lenny Kravitz BLOW, que junta o anfitrião a Bruno Mars e ao astro americano de country e rock sulista Chris Stapleton. Mas mesmo fora de lugar, essa é uma música que tem todos os elementos para fazer aquele sucesso devastador em estilo Ed Sheeran.

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