O Ministério da Cidadania confirmou nesta quinta-feira (04) que o produtor Ricardo Rihan foi escolhido para ocupar a Secretaria do Audiovisual. De acordo com a pasta, Rihan já aceitou o convite, e resta apenas o cumprimento de trâmites burocráticos para que a nomeação seja oficializada no Diário Oficial, mas ainda não há uma previsão de quando isso vai ocorrer. A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim.

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Ricardo Rihan
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Ricardo Rihan

O órgão é vinculado à Secretaria Especial de Cultura, que no governo de Jair Bolsonaro perdeu o status de ministério e passou a integrar a estrutura da Cidadania. Ricardo Rihan foi uma escolha do ministro Osmar Terra, a quem já conhecia desde antes do início da nova gestão. Segundo fontes da pasta, o atual titular da Secretaria do Audiovisual, Pedro Peixoto, manifestou o desejo de deixar Brasília e voltar ao Rio, onde se formou em Jornalismo e exerceu parte da carreira de diretor e roteirista.

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O novo escolhido para o posto, Rihan, é sócio da produtora LightHouse, sediada em São Paulo. A empresa está por trás de filmes como "Real — o plano por trás da história" (2017), "As mães de Chico Xavier" (2011), e séries como "Guerreiros da selva" (2017), que retrata o curso ministrado pelo Exército na Amazônia. Além da carreira de produtor, Rihan também já exerceu funções executivas, em empresas como o Grupo Abril e a Net. Nas redes sociais, Rihan demonstra ser favorável a pautas do governo — a foto do perfil fechado no Instagram traz uma mensagem de apoio à reforma da Previdência.

Rihan foi escolhido depois de uma escolha frustrada: o apresentador Edilásio Barra, conhecido como Tutuca, ocuparia o cargo, mas as críticas após o nome ter se tornado público fizeram com que o governo recuasse na nomeação.

Mais sobre Ricardo Rihan 

Além de "As mães de Chico Xavier", Rihan trabalhou em "O filme dos espíritos" (2011). Também atuou na produção do documentário “Paixão, suor e graxa” (2015), uma homenagem aos pioneiros do automobilismo brasileiro.

Porém, seu trabalho de maior projeção no audiovisual foi na produção de “ Real — a história por trás do plano”. O filme transformou em thriller os bastidores do plano econômico da criação da nova moeda no início dos anos 1990. Inspirado no livro “3.000 dias no bunker – Um plano na cabeça e um país na mão”, de Guilherme Fiuza, o longa foca no papel do economista Gustavo Franco na elaboração do Plano Real.

O filme provocou um intenso embate ideológico ao ser escalado para o Cine PE, importante mostra de cinema pernambucana, em 2017. Um grupo de cineastas organizou um boicote ao festival, alegando que a seleção de "Real" e do documentário "O jardim das aflições", de Josias Teófilo, sobre o ideólogo conservador Olavo de Carvalho, favorecia "um discurso partidário alinhado à direita conservadora".

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Ricardo Rihan é filiado ao Partido Novo em São Paulo. Além da produtora Lighthouse, ele também é sócio da empresa de importação e exportação Mabrouk, com sede no Rio Grande do Sul.

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