Conforme publicado na coluna de Ancelmo Gois, no O  GLOBO , o guitarrista Loro Jones está processando sua antiga banda, o Capital Inicial, e gravadora Sony Music por direitos que lhe seriam devidos pelo disco “Acústico MTV”, que a banda lançou em 2000. Nenhuma das partes quis se pronunciar a respeito. Segundo Ramon Ramos, advogado de Jones, disse à coluna de Gois, o valor devido ao guitarrista não ficaria abaixo de R$ 1 milhão. 

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Capital Inicial está sendo processado por ex-guitarrista, Loro Jones
Reprodução/Instagram
Capital Inicial está sendo processado por ex-guitarrista, Loro Jones

Existem, no entanto, alguns fatores que tornam o processo mais complicado. Primeiro: o “Acústico MTV” do Capital Inicial foi gravado pela Abril Music, companhia que foi à falência em 2003, e passou a fazer parte do catálogo da Sony, que contratou a banda. Loro, como todos os outros músicos, tinha contrato com a primeira gravadora - mas não com a segunda, pois já tinha saído da banda. 

O Capital foi fundado em 1982, em Brasília, pelos irmãos Flávio e Fê Lemos, ambos ex-Aborto Elétrico, mais Loro Jones ; em 1983, entrou o vocalista Dinho Ouro Preto . O grupo fez algum sucesso nos anos 1980, mas não não foi tão bem na entrada da década seguinte: Dinho saiu, e a banda interrompeu suas atividades, após lançar um disco com o substituto Murilo Lima, “Rua 47”, sem grande repercussão.

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Capital Inicial
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Capital Inicial

Os quatro fundadores se reuniram em 1998 com “Atrás dos olhos”, de sucessos como “O mundo”, e conseguiram seu estouro definitivo com o “Acústico MTV”, de 2000, que, ao lado de antigos sucessos, trazia novidades como “Natasha” e a versão da banda para “Primeiros erros”, de Kiko Zambianchi (que integrava a banda de apoio do projeto).

Saída supresa em 2001

Capital Inicial
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Seguiu-se uma longa turnê acústica, que chegou ao Rock in Rio de 2001 (em um dos dias mais cheios da história do festival, com um público calculado em mais de 200 mil pessoas) e foi até o fim daquele ano. Ao fim do tour, Jones decidiu deixar a banda, movimento que deixou músicos e fãs surpresos. Os outros integrantes tentaram convencê-lo a ficar, mas ele foi irredutível: decidiu voltar a morar em Brasília e Yves Passarell (ex-Viper) foi chamado para o seu posto, onde está até hoje.

É possível que, por não ter assinado o contrato com a Sony, Loro tenha direito a royalties residuais sobre o “Acústico” e não os tenha recebido, mas como a mudança de gravadora só aconteceu em 2003, três anos após o lançamento do disco, sua fatia talvez não seja tão significativa.

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Também existe um suposto processo por uso da marca Capital Inicial , que dificilmente vai à frente, visto que o músico deixou a banda de livre e espontânea vontade. E a pergunta que não quer calar: por que esperar 17 anos para processar, hoje, quando as vendas de discos são uma pequena fração do que já foram? 

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