Cronograma indica que Museu da Língua Portuguesa será reaberto em 2020

Governo de São Paulo e Fundação Roberto Marinho comandam a reconstrução da instituição que foi destruída no ano de 2015

Após três anos de obras, o projeto de restauração e reconstrução do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz, região central de São Paulo, entra na reta final dentro do cronograma planejado. O prazo para a entrega do edifício reconstruído, com melhorias nas instalações e nos protocolos de segurança, é dia 31 de outubro.

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Foto: Divulgação
Museu da Língua Portuguesa pode ser reaberto no segundo semestre de 2020


Em visita às obras, Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura do estado de São Paulo, disse que a expectativa é reinaugurar o museu seis meses após o fim das obras. A reconstrução do Museu da Língua Portuguesa foi uma iniciativa do governo estadual em parceria com a Fundação Roberto Marinho, e tem como patrocinador máster a companhia energética EDP, e como patrocinadores o Grupo Globo, Grupo Itaú, Sabesp e a Fundação Calouste Gulbekian. O governo federal participa por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

"Assumimos o compromisso de só abrir o  museu  quando estiver tudo em pleno funcionamento. Estamos programando a abertura para o primeiro semestre de 2020, e vamos anunciar a data precisa no início de outubro. Faremos em breve, também, uma chamada pública para selecionar a organização social (OS), que irá gerir o museu. O custo total do projeto, incluindo o valor do seguro, foi de R$ 80,9 milhões."

Atividades não param

Para Wilson Risolia, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, é importante observar que, mesmo com o museu fechado, as atividades em torno dele e do tema da língua portuguesa não pararam.

"Vários eventos foram feitos ao longo desse tempo, e isso é muito importante, porque conecta a comunidade com a instituição. Veja as crianças que estavam na Estação da Luz, agora, fazendo as atividades do Dia Internacional da Língua Portuguesa . Fisicamente, o prédio está fechado, mas a língua está viva. Esse é o legado mais importante e significativo que esse museu deixa", disse ele.

Sob o tema “Museu, escola e território”, a terceira edição do Dia daLíngua Portuguesa termina hoje. O último dia da programação do festival oferece uma peça de teatro, roda de contação de histórias, oficinas (de grafite, criação de mapas e línguas indígenas), show com o cantor Felipe Machado e apresentação de poesia falada, com o grupo Slam das Minas. 

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Na programação de hoje, também está previsto o evento “Somos Moçambique”, uma série de shows na Casa Natura Musical, em Pinheiros, na Zona Oeste. Entre os artistas convidados estão Tulipa Ruiz, Karol Conka, Jaloo e outros. Os recursos arrecadados serão encaminhados para o país africano, que atravessa uma grave crise humanitária após ser devastado por ciclones.

A celebração do Dia Internacional da Língua Portuguesa — comemorado nos países-membros da comunidade lusófona (CPLP) — é uma realização do Museu da Língua Portuguesa, da Fundação Roberto Marinho e do governo do estado de São Paulo, com apoio da EDP, Grupo Globo e Itaú Cultural.

Duas etapas concluídas

As instalações do Museu da Língua Portuguesa, na Estação da Luz , em São Paulo, foram atingidas por um incêndio em dezembro de 2015. O processo de recuperação e reconstrução foi iniciado logo após o incidente. Até o momento, foram concluídas as primeiras duas etapas da obra, a restauração das fachadas e esquadrias, e a reconstrução dacobertura do edifício. 

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Atualmente, está sendo realizada a reconstrução dos espaços internos. Ao mesmo tempo em que passava por um processo de restauração e reconstrução, o museu promoveu atividades culturais e educativas para celebrar a língua, como as duas edições do festival do Dia Internacional da Língua Portuguesa, na Estação da Luz; na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip); nas bienais do livro do Rio de Janeiro e de São Paulo; e na Festa Literária das Periferias (Flup).

Veja a programação

Dia Internacional da Língua Portuguesa

  • Onde: Saguão da Estação da Luz – Praça da Luz, 1. 
  • Quando: 5, 6 e 7/5 
  • Quanto: Grátis

Terça-feira (7)

Instalação: “Máquina hipertexto”, com O (grupo) cinza 
Duas pessoas, sentadas uma de costas para outra, podem dialogar através de mensagens escritas em uma “máquina de conversa” e projetadas numa tela. Ao unir tecnologia, comunicação e corpo, a máquina permite que duas pessoas conversem, ao mesmo tempo, presencialmente e à distância.

  • 9h às 12h – Teatro: “O pequeno grande teatro”, com a Cia Mala Caixeta de Teatro Surpresa

Apresentação da trilogia “O pequeno grande teatro”, com três peças livremente inspiradas em obras literárias: "Os lusos", "A selva" e "O seco". As peças recriam microuniversos cada uma dentro de uma caixa.

  • 10h – Contação de histórias: “Contos das águas”Contos das águas

A Lune Cia. de Teatro apresenta quatro histórias sobre rios, mares, lagos e cachoeiras, inspiradas em mitos africanos, europeus e indígenas.

  • 11h – Oficina de grafite: “Dialeto das ruas”, com Marcelo Eco

Exploração do dialeto criado pelas letras e mensagens dos grafiteiros.

  • 11h – Oficina: “Cartografias Imaginadas”, com O Circulador

A proposta é a criar de mapas de territórios reais ou inventados a ser compartilhados com estudantes de outros países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).  

  • 14h – Oficina: “As línguas gerais indígenas tupi-guarani e o português brasileiro”, com Patricia Veiga

Discussão sobre influência das línguas indígenas de origem tupi-guarani no português brasileiro: seja nas palavras (Piracicaba, Jabaquara, mandioca, piriri), seja na fonética (uso oral do “i” e “u” ao invés do “e” e “o”).

  • 15h30 – Música: Felipe Machado

O cantor, de 16 anos, apresenta repertório que inclui bossa nova, samba, choro, forró e moda de viola, clássicos da MPB e composições próprias.

  • 17h – Slam das Minas: Entre a luz e o tempo – a convivência plural dapoesia falada

Projeção de vídeos-poemas de batalhas de poesia falada (spoken poetry), com a participação de poetas negras do Slam das Minas.