A Walt Disney vai cobrar US$ 7 ao mês por seu serviço de streaming que estreia em 12 de novembro, uma jogada tática para enfrentar a gigante de entretenimento Netflix em um campo cada vez mais concorrido. A empresa anunciou o novo serviço na última quinta-feira (11) no estúdio usado para filmar o original "Mary Poppins", com uma apresentação ao estilo Apple de seu produto on-line.
A plataforma custará vários dólares a menos que o plano mais barato da Netflix, que sai por US$ 11, e pesará muito sobre as finanças da Disney . O Disney+ deve demorar cerca de cinco anos para atingir o ponto de equilíbrio. Além do preço e da tecnologia, o serviço irá sobreviver ou morrer dependendo de seu conteúdo - e foi nesse ponto que a empresa fez um grande anúncio.
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O serviço contará com um arsenal de programação infantil, incluindo 13 filmes de animação clássicos, 21 produções da Pixar, séries originais e conteúdo de suas franquias Marvel e Star Wars.
"Estamos confiantes de que este é um produto que as pessoas vão assinar em massa", disse o diretor-presidente da empresa do Mickey, Bob Iger, em entrevista à Bloomberg Television .
A novidade será lançada nos Estados Unidos, Europa Ocidental e Ásia em novembro, que coincide com o final do ano-calendário. O serviço chegará ao leste da Europa e América Latina um ano depois. Após o anúncio do preço e da data de lançamento do streaming, as ações da Walt Disney Co., em nova York, chegaram a registrar alta de 12,3%, atingindo uma cotação recorde de US$ 130,90.
A empresa planeja investir US$ 1 bilhão em programação de streaming no próximo ano e não espera obter lucro até o ano fiscal de 2024, quando a plataforma poderia ter entre 60 milhões e 90 milhões de clientes. Dois terços desses assinantes estarão no exterior, segundo estimativas da empresa.
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O Disney+ também incluirá “Os Simpsons”, série incluída na compra dos ativos de entretenimento da 21st Century Fox no mês passado . Tomando emprestado o tom insolente da série, a empresa do Mickey apresentou um clipe da família Simpsons com uma estátua de Darth Vader e com Bob Iger em um pedestal ao lado. Uma foto assinada por Rupert Murdoch, o bilionário magnata dono da Fox, estava no lixo. E havia um cartaz "Sinergia de Boas-Vindas" acima.
A empresa fechou acordos anteriormente com a Netflix e outros parceiros para oferecer conteúdo, mas acabou desistindo dessas parcerias - e da receita - para tornar seu próprio serviço mais atraente. O novo produto não é o único no streaming do Mickey. A empresa adquiriu o controle majoritário do serviço de TV Hulu com o acordo de US$ 71 bilhões com a Fox, e agora considera a possibilidade de expandir o produto para o exterior.
A novidade também oferece conteúdo de esportes on-line ESPN+, que será lançado na América Latina, disse a empresa. Com a expansão, o produto terá perdas de US$ 650 milhões nos próximos dois anos.
"Vocês podem imaginar que faremos um pacote com o ESPN+ e Disney+ em breve", disse Iger.
Ao mesmo tempo, a gigantesca concorrente do streaming pode enfrentar mais pressão para justificar seu preço mais alto. Mas a empresa conseguiu elevar os preços em mercados de todo o mundo nos últimos anos, sem grande impacto.
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No último aumento de preços, anunciado em janeiro, a agora concorrente do serviço de streaming da Disney elevou o plano mais barato em 10%, para US$ 11. Dada a dominância da Netflix nos lares dos consumidores, especialmente nos EUA, analistas esperam que os clientes aceitem o custo mais alto sem fazer muito ruído.