“ Green Book – o Guia ”, foi o grande vencedor da noite no Oscar e levou para casa três troféus: Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Filme, esse último anunciado por Julia Roberts encerrou a cerimônia.
O longa, porém, é envolto a uma série de polêmicas, desde críticas da família de Don Shirley ( Mahershala Ali ), que disse não ter sido consultada para a história, até acusações de que o diretor cometeu assédio sexual no passado. Com isso, a vitória de “ Green Book ” no principal prêmio da noite dividiu opiniões.
Alguns criticaram pela visão branca da questão racial americana, que acaba colocando o branco como “salvador” do homem negro que sofre preconceito. Outros elogiaram não só as atuações de Ali e Viggo Mortensen, mas por expor a segregação racial nos EUA.
Leia também: "Green Book" é o grande vencedor do Oscar 2019; veja lista dos premiados
O nome “Green Book” é baseado no livro criado por Victor Hugo Green que descrevia os lugares onde os negros poderiam dormir e comer conforme viajavam pelo sul do país. Foi sobre ele, por exemplo, que a diretor Ava DuVernay falou no Twitter, evitando entrar no mérito se o filme merecia ou não ganhar.
O próprio diretor Spike Lee, que concorria ao Oscar na mesma categoria por “Infiltrado na Klan”, não era fã do filme. Ele chegou a se levantar e ir embora quando o longa foi anunciado. Na internet, a página em inglês do filme foi vandalizada com críticas pesadas. O título do filme foi alterado para “lixo mentiroso de culpa branca” e o roteirista Nick Vallelonga foi descrito como “mentiroso compulsivo e islamofóbico”.
Leia também: Oscar rechaça Netflix, mas se rende a Cuarón em edição de tendências opostas
Apesar das inúmeras polêmicas, que incluíam ainda o protagonista Mortensen usando uma palavra de cunho racista e o roteirista criticando mulçumanos, “ Green Book ” conseguiu fazer uma campanha surpreendente, ganhando o Globo de Ouro e o PGA Awards.