Não é incomum encontrar produções televisivas ou cinematográficas que contem com a presença de animais em seu elenco, um diferencial que atrai os espectadores. O exemplo mais recente da televisão brasileira é a nova novela das nove, “O Sétimo Guardião”, que conta com o gato León, um importante personagem para a trama. Tendo isso em mente, buscamos compreender como funciona a participação do animal em uma produção.

O gato León é um dos animais da televisão
Reprodução/Globo
O gato León é um dos animais da televisão

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Da seleção de animais às gravações

A cachorrinha bisteca em cena do filme
Divulgação
A cachorrinha bisteca em cena do filme "Meu País", com o ator Rodrigo Santoro

O adestrador André Barreto, dono da cadelinha Bisteca, já treinou animais para o cinema , como em “Meu País”, e para a televisão, como em “Vila Maluca”, da RedeTV!, ambas produções com participação da própria Bisteca. Ele também coordenou um quadro do “Domingão do Faustão” denominado “Cachorrada VIP”.

Sobre o processo da seleção do animal até a gravação, André explicou: “A produtora entra em contato e eu pergunto as ações do animal. A partir dessas ações, seleciono os que têm o perfil para fazer o trabalho. Selecionado o animal, iniciamos os treinamentos. Feito o treinamento, tem o dia da gravação mesmo”. André também falou dos cuidados antes de qualquer gravação: “Os cuidados veterinários precisam estar em dia. O animal precisa estar vacinado, vermifugado, saudável e bem alimentado”.

Outro ponto levantado por André foi a cautela envolvendo o próprio local das gravações: “Tem todo um cuidado em torno do set de filmagem para não envolver nenhum risco para o animal. Antes de colocar um animal em cena, eu dou uma olhada se tem alguma coisa que possa haver risco para o animal. Já com as cenas externas, os cuidados são um pouco maiores”, declarou.

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Animais em cena

Felícia em casino de Montevidéu, onde se passa parte do filme
Reprodução/Instagram
Felícia em casino de Montevidéu, onde se passa parte do filme "Amigas de Sorte"

No caso do filme “Amigas de Sorte”, previsto para ser lançado ainda este ano, a trama é desencadeada por um gato. Isso porque o gato representa a própria “sorte” presente no nome do longa. A parte das amigas fica por conta de Rosi Campos, Susana Vieira e Arlete Salles, que protagonizam a trama. As gravações ocorreram em São Paulo e Montevidéu, no Uruguai.

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Reprodução/Instagram

Arlete Salles interpreta Nina em "Amigas de Sorte"

Segundo Arlete Salles, declaradamente apaixonada por bichos, atuar com um animal é sinônimo de cuidado: "Amo e tenho identificação muito grande com animal. Acho uma das coisas mais belas da vida. Não vivo sem eles. Mas na verdade, sempre que tem animal em cena, fico muito tensa e me desconcentro, porque só olho para eles para saber se eles estão bem". 

Arlete já trabalhou em produções com animais antes, no filme "Crô em Família" e na novela "Segundo Sol", na qual interpretou Naná, uma mulher preocupada com os animais de rua: "Eu gostei das cenas da Naná, porque era um traço bonito do caráter dela. É uma amostra importante para as pessoas, que nós devemos cuidar dos nossos bichinhos".

Sobre as experiências de contracenar com os bichos, apontou: "Essas duas experiências que vivi, com os cachorrinhos e com o gato, foram com donas muito apaixonadas".

Cecy Passos, comportamentalista felina que acompanhou o intérprete por trás desse gato (que na verdade é uma gata, chamada Felícia), explicou um pouco sobre como funcionaram as gravações do filme: “Para trabalhar com gato precisa haver essa relação de respeito. É muito especial. São momentos ali que você está concentrado. Foi um envolvimento muito grande”

A paciência, segundo a comportamentalista felina, é essencial para que tudo ocorra bem nas gravações: "Se não existe paciência, não existe cena. A paciência é a alma de todo o condicionamento. Tem que ter muito envolvimento, muito carinho. O diretor desse filme, era uma coisa fantástica o carinho dele".

Cecy atua na Pet Model Brasil, que agencia o animal para cenas do cinema e daTV. Deborah Zeigelboim, diretora executiva dessa agência, também falou dos cuidados com o animal nas cenas: “É para ser divertido! Não é que nem um humano, que fica 12 horas num set. Um cachorro tem uma mentalidade de uma criança de três anos”, apontou.

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Segundo Deborah, a segurança e o bem estar dos animais precisa estar acima de tudo: “Algumas pessoas não entendem como tem que ser feito o trabalho com os bichos. A gente já recebeu muitos briefings loucos achando que animal é figura de cena”. 

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