O cinema francês tem a fama de ser um dos mais progressistas da Europa não é à toa e o longa-metragem “O Poder de Diane”, que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre, ajuda a entender o porquê.
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A produção escrita e dirigida por Fabien Gorgeat aborda os novos códigos das relações amorosas e os modelos pós-modernos de família a partir de uma situação que não é necessariamente nova: a barriga de aluguel. Em “O Poder de Diane” , a protagonista, vivida pela ótima Clotilde Hesme, aceitar gerar o filho de um casal de amigos , mas a paixão inesperada pelo eletricista Fabrizio (Fabrizio Rongione) enseja inesperados percalços.
A comédia dramática se organiza em torno das inquietações masculinas. Do casal de amigos, que não sabe exatamente como reagir com a liberdade amorosa da amiga e exercer algum tipo de controle sobre os rumos da gravidez dela, e de Fabrizio, que se ressente da distância que aquela gravidez de aluguel impõe a um momento em que ele e Diane deveriam mergulhar um no outro.
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Gorgeat investe tanto nos diálogos como nos gestos e nas hesitações e transforma seu filme em um pequeno hino sobre o trânsito de dramas essencialmente pessoais, como a desorientação de descobrir-se mãe para renunciar à maternidade logo na sequência e os impulsos egoístas inerentes a toda e qualquer relação amorosa.
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É um filme que respalda a fama progressista do cinema francês, mas não somente. “ O Poder de Diane” demonstra a sagacidade com que essa cinematografia – e este é apenas o primeiro longa-metragem de Gorgeat – captura o homem e seu universo. Isso tudo em um filme que não pretende qualquer outra coisa que não entreter com graciosidade.