Você provavelmente já a conhece. Suas músicas
tocam nas rádios, nas baladas e, como cereja do bolo, ela também marca presença nos programas de televisão. Aretuza Lovi é uma das cantoras de mais destaque no cenário brasileiro atual e seu novo álbum “Mercadinho”
é um sucesso das paradas.
Leia também: Além de Pabllo Vittar: 10 drags cantoras tão sensuais quanto a musa do momento
Em conversa com o iG Gente, Aretuza Lovi falou sobre a criação do álbum, a recepção do público, da indústria fonográfica brasileiro, preconceito e muito mais: “Inicialmente seria um EP, só que nos apaixonamos pelo projeto”, comentou com ar sereno e nostálgico.
Leia também: Aretuza Lovi, Pabllo Vittar e Gloria Groove jogam a bunda em novo clipe
Cheio de músicas dançantes e agitadas, que vão do funk ao tecnobrega com facilidade, “Mercadinho” é mais que apenas um álbum. Por trás das entrelinhas, entre uma melodia e uma prosa, a cantora transborda sua verdade, exibe sua essência, transmite seu orgulho e, acima de tudo, tenta valorizar a cultura brasileira e LGBT.
Participações de peso!
Lançado em julho de 2018, o novo álbum de Aretuza conta com parcerias musicais inabaláveis. Sobre como aconteceu a seleção, a cantora não pestaneja: “todos que estão nesse álbum, são pessoas que batem com a minha história, são amigos, temos uma química muito grande”.
Em seguida, depois de citar nomes como Valesca Popozuda, IZA, Solange Almeida e Ruxell, a cantora ainda enfatiza as participações de Gloria Groove e Pabllo Vittar: “E não podia faltar as manas do movimento, né? Nós viemos de um momento revolucionário da música”, respondeu a artista que comparou o movimento de drags cantoras a revoluções artísticas como a Jovem Guarda e o Tropicalismo.
Drag, cantora e também pessoa!
Mesmo não tendo começado cedo no ramo musical, Aretuza e a música sempre tiveram seus caminhos entrelaçados pelas desventuras do destino. Conhecida de norte a sul pelo nome feminino, por baixo da drag queen e de toda a base, rímel e delineador existe Bruno.
Ao ser questionada sobre como a história de Bruno moldou a personagem, a conversa ecoou para pontos mais profundos: “O que Aretuza se tornou foi uma superação do que o Bruno passou na vida. A depressão, o fundo do poço, o fato de eu ter saído de casa muito cedo sem ajuda de ninguém. Ao entrar na minha vida, Aretuza me mostrou um mundo de possibilidades e que se a gente lutar e persistir, a gente chega aonde quiser".
Mas não se engane, nem tudo é glamour na vida de Aretuza. O fato de ser drag queen enquanto cantora implica em muitos obstáculos. Sobre as dificuldades de se firmar na carreira musical, levando em relação que vivemos em um país homofóbico, a artista não se conteve:
“O preconceito nunca vai acabar, ele existe em todos os meios e é importante estar em evidência para mostrar que nós (LGBT) fazemos música como qualquer outro”. Em seguida, a artista ainda faz um adendo: “As pessoas me intitulam como drag cantora, por que não apenas a cantora Aretuza?”.
Aretuza Lovi, além do "Mercadinho"
Hoje consagrada, a artista desfruta de uma agenda de shows avantajada e nutre uma equipe de 10 pessoas que vivem de seu trabalho. Sobre seu momento atual, Arê deságua palavras de alegria. “Hoje eu vivo da minha arte, eu larguei tudo para isso”, porém ela alerta: “Não adianta dar close de bonita e ficar esperando cair do céu, ninguém vai realizar seus sonhos. Só você!”, comentou.
A cantora detalhou seus planos futuros e mandou um recado para que os fãs fiquem atentos às novidades: “Teremos parceria com a Lari, tem clipe novo no final do ano que esperamos que seja a música do carnaval. E também a nossa turnê ''”.
Leia também: Pabllo Vittar dá joelhada em seu próprio rosto e adia gravações de novo clipe
Ao falar da turnê, Aretuza Lovi revela uma produção minuciosa e interessante: “Será uma turnê mais cênica, o espetáculo vai contar uma história e tudo vai ser baseado na temática de um mercadinho, até os figurinos”, finalizou a cantora que se despediu com afeição.