Quem nunca se pegou cantando um jingle que toca entre um comercial de TV ou nas rádios? Aquela música
que em alguns casos chega até ser grudenta, mas que tem o objetivo de apresentar um produto ou uma campanha. Por trás dessa 'musiquinha', existem profissionais que se dedicam para criar uma mensagem atrativa.
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Ser um cantor de jingle não é simples, é preciso ter conhecimento sobre música, técnica e acima de tudo, estar disposto a criar novos tons e vozes. Quem afirma a necessidade de todo esse conhecimento é a cantora, compositora e instrumentista Sandra Honda, que expoêm também a necessidade de responsabilidade para "tentar interpretar a música e uma forma que agrade ao contratante e que 'dê o recado' ao público".
"Tem que ter uma boa bagagem profissional, porque em jingle se abre muitas vozes, fazemos vozes de crianças, gritos. Se não tiver técnica, além de não atender o que o cliente necessita, pode lesionar as cordas vocais", explica.
Indo além, Mário Lúcio de Freitas, responsável pela abertura de grandes programas da TV brasileira como "Chaves" e "Cavaleiros do Zodíaco", detalha que ser um cantor de 'anúncio', como também pode ser tratado o tema, é ser especificamente um cantor de estúdio: "O cantor de jingle é um profissional do mais alto gabarito. Muitos cantores de banda não servem para gravações, quem trabalha em estúdio tem que estar muito bem preparado, não dá pra enganar", diz.
Cantor de jingle é cantor de "freelas"
Sem ter uma carreira fixa na área, mas sim com trabalhos freelancers, o cantor precisa estar ciente que nem sempre sua voz vai se encaixar em um trabalho ou que mil oportunidades irão aparecer. Honda não segue essa mesma linha. Ela participou da primeira temporada do reality "The Voice", em 2012, chegando na semi final, e falou como está o mercado atualmente.
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"Eu acho uma área interessante. São trabalhos bem remunerados e na maioria das vezes, rápidos. Atualmente, muitas marcas trabalham há anos com os mesmos estúdios, os grandes, que na maioria da vezes já possuem o 'time de jingle'. É difícil agregar sem ser necessário", relata.
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Case de sucesso
Mário Lúcio exemplifica que a criação da propaganda musical parte da cabeça do produtor, deixando o cantor de fora, mas que também, às vezes, faz parte dos dois processo: "O cantor não participa da criação, mas muitas vezes criamos o jingle já pensando em quem vai cantá-lo. Como será a interpretação que precisamos daquela obra. Criamos já pensando no profissional que irá executá-lo e isso é da maior importância".
Dentre os muitos trabalhos que realizou, o artista elegeu anúncios como o das "Batatas Ruffles" e a abertura do programa "Hebe" como alguns dos mais marcantes da sua carreira.
"Muitos marcaram, mas o jingle das "Batatas Ruffles, a Batata da Onda" ganhou uma concorrência internacional, entre Brasil, EUA e Europa, ficando muito tempo no ar no mundo inteiro. Aberturas de programas de TV como "Aí vem o Chaves", no ar a quase 30 anos e a abertura do programa "Hebe", que criei para o SBT, também".
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Já Sandra Honda, relembra a parceira com uma super modelo brasileira. "O jingle da C&A com a Gisele Bündchen. A agência estava às vesperas de entregar o jingle e a Gisele não havia aprovado nenhuma cantora. Em uma noite, às 23h, eles me ligaram desesperados pedindo para eu mandar uma prova como última tentativa e as 7h da manhã me ligaram dizendo que ela havia adorado. Fiquei lisonjeada", conta.