Cleo, que deixou de ser Pires, é uma personalidade que ajuda a dimensionar a cultura de celebridades brasileira. Figura espontânea e sexual, a filha de Gloria Pires descobriu que queria ser cantora e lançou em março deste ano seu primeiro EP.
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“Jungle Kid” é uma tentativa ora desastrada, ora sensual, mas certamente cheia de personalidade de mimetizar tanto o que é Cleo , como o que ela quer ser. Nesse sentido, a atriz, filha de uma das mais consagradas e talentosas atrizes do Brasil e filha e afilhada de músicos, se experimentar pela carreira de cantora é algo que pode fazer sentido. Em um nível tanto artístico como existencial.
O primeiro clipe, lançado há cerca de dez dias mostra que Cleo está investindo nessa fase de corpo e alma; mas será uma fase ou um novo chamado? Difícil dizer. Há pouco, além de estilo e estética no trabalho de Cleo em sua vertente cantora. Mais do que Lana Del Rey, a quem já demonstrou desgostar das comparações, ela lembra outra atriz que já enveredou pela música.
Scarlett Johansson, que recentemente voltou a cantar em um duo com Pete Yorn, lançou dois álbuns no final da década passada e chegou a gerar alguma comoção. Tal como Cleo, tem boa voz, ainda que não especialmente notável, e é uma mulher bonita e com bom recall cultural.
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As más línguas diriam que Cleo, que capitaliza mídia com sua fama de não ter papas na língua e falar e se posicionar abertamente sobre tudo – ou quase tudo -, só enveredou pela nova carreira porque nunca foi uma grande atriz. Maldade. Há tantas não grandes atrizes no Brasil e no mundo brilhando e ganhando muito bem sem precisar sem precisar dar um triplo mortal carpado no meio de sua jornada.
O que Cleo está fazendo é dando a cara à tapa. Até porque as chances de passar vergonha são grandes. É preciso coragem e desprendimento para fazer o que ela está fazendo, por mais que seja um jogo de cartas marcadas, como o primeiro pocket show da artista em São Paulo na última semana ensejou. Ela tocou para amigos e influencers selecionados na Vevo, em São Paulo.
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Cleo está controlando a narrativa de seu sucesso. Não há nada desabonador nisso, mas sair da bolha talvez seja necessário para legitimar todo esse processo.