O cinema LGBTQ tem força e ressonância no ocidente, mas ainda é um tanto intermitente no oriente. Justamente por isso, um filme tão bem tricotado como "Entre-Laços" é um bálsamo para aqueles que veem no cinema uma ferramenta valiosa de conscientização e combate à intolerância.

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Cena de Entre-Laços, que estreia neste fim de semana nos cinemas brasileiros
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Cena de Entre-Laços, que estreia neste fim de semana nos cinemas brasileiros

Dirigido por Naoko Ogigami, cineasta japonesa que foi bsucar sua formação em cinema nos EUA, "Entre-Laços" conjuga clichês típicos de filmes sobre famílias para emparedar preconceitos. É uma estratégia inteligente, do ponto de vista discursivo, e eficiente do ponto de vista dramático. 

O filme conta a história de Tomo (Rinko Kakihara), uma menina de 11 anos negligenciada pela mãe alcoolatra. Ela vai morar com o tio Makio (Kenta Kiritani), que namora Rinko (Toma Ikuta), uma mulher transexual. 

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A mãe de Tomo ocupa pouco mais de cinco minutos do longa. Não existe o interesse em abordar o drama daquela mulher ou mesmo o impacto dele na infância de Tomo, mas sim como o acolhimento de Tomo por Rinko se mostra transformador para as duas. 

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"Entre-Laços" tem temática LGBTQ e chega ao Brasil

Nesse sentido, Ogigami é hábil e feliz ao mostrar como crianças que já começam a encampar os preconceitos de seus pais podem ser muito mais generosas e abertas às diferenças. Ao apostar na perspectiva de Tomo como fio condutor da trama, a cineasta subverte os parametros com que histórias de tolerância são contadas e o faz sob a rigidez dos ditâmes orientais, o que dá ainda mais vazão e capilaridade a suas escolhas.

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"Entre-Laços" , é bem verdade, poderia ser um pouco amis curto. A percepção é de que o roteiro exauriu-se antes do fim do filme, mas trata-se de uam história tão gentil e delicada que o espectador releva esse excesso sem maiores problemas.

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