Se a comédia romântica está em decadência no dito mainstream, outros dois subgêneros da comédia americana seguem firmes e fortes. A comédia besteirol e a comédia familiar. “A Noite do Jogo” promove a bem sucedida fusão desses dois subgêneros e acresce uma pitada de thriller para tornar tudo mais irresistível.

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Jason Bateman e Rachel McAdmans em cena de A Noite do Jogo, que estreia nesta quinta-feira (10) nos cinemas brasileiros
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Jason Bateman e Rachel McAdmans em cena de A Noite do Jogo, que estreia nesta quinta-feira (10) nos cinemas brasileiros

A direção é de John Francis Daley e Jonathan Goldstein de “Férias Frustradas” (2015) refilmagem do clássico dos anos 80 que também já mesclava essas referências. Jason Bateman é produtor e protagonista de “A Noite do Jogo” ,  o que torna a credibilidade do humor do filme maior.

Egresso da TV e conhecido por filmes como “Coincidências do Amor” (2010) e “Quero Matar Meu Chefe” (2011), Bateman se assevera como uma das figuras mais fidedignas da comédia americana atual. Aqui ele faz Max, um sujeito que habituou-se a viver à sombra do irmão Brooks, um tipo charmoso e bem sucedido interpretado por Kyle Chandler.

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Ele casou-se com Annie ( Rachel McAdams ), com quem compartilha a aptidão por jogos. De toda sorte. De Azar, de estratégia, de conhecimentos gerais e por aí vai. Eles têm o costume de sediar a tal noite do jogo com alguns amigos e a iminente visita do irmão mais velho mexe com a estabilidade emocional de Max.

Exibido, o irmão propõe uma experiência radical para uma dessas tradicionais noitadas em que uma espécie de caça ao tesouro teria como objetivo resgatar um dos participantes que seria sequestrado. Só que um sequestro de verdade acontece e a coisa toda escala de um jeito tão dramático quanto engraçado.

É bem verdade que o roteiro exige um pouco de condescendência do público, mas o longa-metragem cumpre plenamente o que se propõe fazer, que é proporcionar quase duas horas de boa diversão. De quebra, a produção se resolve como uma bem sacada sátira da infantilização dos adultos contemporâneos. Esse aspecto pode ser visto em diversas frentes como na hesitação de Max em ser pai, na atenção exagerada que um personagem dá a relação sexual que sua namorada teve com alguém famoso, na maneira como todos os personagens se articulam para resolver seus problemas, entre outros exemplos.

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Gary, um personagem divertidíssimo de A Noite do Jogo

O filme oferta alguns plot twists típicos de um bom thriller e um personagem que já merece figurar na lista dos melhores de 2018. Trata-se do policial esquisitão Gary (vivido com a devida canastrice por Jesse Plemons), vizinho obcecado pelas noites de jogo que Max e Annie organizam e a quem os dois tentam evitar a todo custo.

“A Noite do Jogo” ainda brinda seu espectador com um plano sequência sensacional  que não só aproxima a cena em questão da experiência de um videogame, como demonstra que Daley e Goldstein estão tentando trazer coisas novas para a comédia. E as (muitas) referências ao cinema são um easter egg valoroso para os mais calejados.

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