Você sabia que a Blumhouse é responsável por “Whiplash: Em Busca da Perfeição”, um dos melhores filmes da década? Mas esta é apenas uma curiosidade a respeito da produtora fundada por Jason Blum em 2000, não mote deste artigo que objetiva iluminar como um pequeno estúdio se tornou a maior incubadora de (bons) filmes de terror.

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O produtor Jason Blum, fundador e CEO da Blumhouse
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O produtor Jason Blum, fundador e CEO da Blumhouse

O lucro das produções da Blumhouse é absurdo. “Atividade Paranormal” (2007), por exemplo, foi feito com US$ 15 mil e rendeu absurdos US$ 193 milhões globalmente. Esse foi o primeiro case de sucesso da produtora que hoje se firmou como uma arthouse dos gêneros horror e suspense.

O estúdio bancou o retorno de M. Night Shymalan à boa forma e fez com que o cineasta indiano voltasse a dar lucro. “A Visita” (2015) foi orçado em US$ 5 milhões e arrecadou mundialmente US$ 98 milhões. Já “Fragmentado” custou US$ 9 milhões e rendeu US$ 278 milhões. São números vultosos e que corroboram o tino empreendedor de Blum e sua equipe. O terceiro filme da parceria, "Glass", chega em 2019.

O produtor que veio ao Brasil em dezembro de 2017 para divulgar “Sobrenatural: A Última Chave” (2018) na CCXP diz seguir a máxima de Hitchcock de que um bom roteiro é fundamental, mas que também entende que o cinema é ciclo. “Tem coisas que funcionam e outras que não funcionam”.

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O produtor Jason Blum e a atriz Lin Shaye no estande da Sony na CCXP 2017 realizada em São Paulo durante a promoção do mais recente capítulo da franquia "Sobrenatural"

À medida que cresce, a Blumhouse se diversifica. “Verdade ou Desafio” –  segundo lançamento da produtora em 2018 – foca no público teen. Não à toa, o longa é protagonizado por uma atriz da série “Pretty Little Liars” e por um ator de “Teen Wolf”. A linguagem do filme também busca esse público.  “A Forca” (2015), “Amizade Desfeita” (2014), “Ouija: O Jogo dos Espíritos” (2014) são outros exemplos de produtos da produtora com este perfil.

Para 2018, o estúdio tem listado mais cinco lançamentos, inclusive o novo de Spike Lee, que estreia em Cannes, e uma nova versão de Halloween conduzida por David Gordon Green. Com sete lançamentos em 2018, a Blumhouse ostenta um cardápio digno de grandes estúdios. É uma musculatura que estúdios de médio porte como a LionsGate já não ostentam mais. Grandes estúdios como Disney e Warner têm, em média, de sete a dez filmes programados para um ano fiscal.

A Blumhouse, é bem verdade, ainda não distribui seus filmes, mas com a margem de lucro que vem operando atualmente, não parece um horizonte distante. Mas há opções a se considerar. A produtora deve manter seu tamanho atual se não quiser diminuir sua margem de lucro. Há, ainda, a possibilidade de fusões e elas andam em voga em Hollywood no momento. Outro modelo a se seguir seria o da Legendary, que foi adquirida pelo conglomerado chinês Wanda.

A expansão para outras mídias já se deu. Estão em desenvolvimentos séries para o Hulu, Showtime e Facebook.

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"Corra!", hit nas bilheterias e vencedor do Oscar, é mais um exemplo do bem-sucedido modelo de negócio da Blumhouse

Mas isso é papo para investidor. A Blumhouse hoje é uma guardiã do bom cinema de horror e é justamente por isso que faz sucesso. A produtora entende o que o público quer e o entrega com risco mínimo, mas com expertise e visão. Fora a Disney, ninguém conjuga tão bem negócio e cinema assim atualmente.

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