Referência do humor brasileiro por quase três décadas, a trupe do Casseta & Planeta volta à cena de uma maneira criativa, divertida e polemista. Bem ao gosto do grupo. “Brasil do Casseta - Nossa História Como Você Nunca Riu” (Ed. Sextante, 240 páginas, R$ 49,90) é um livro que parece destinado a nos lembrar do porquê gostamos tanto do grupo humorístico.
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Como se isso já não fosse razão o suficiente, “Brasil do Casseta” escancara uma verdade angustiante. O humor do grupo faz falta no Brasil atual tão carola, careta e politicamente correto em que o humor parece apenas autorizado a servir agendas pré-determinadas.
No livro editado por Eduardo Bueno a proposta é simples. Recontar a história do Brasil, desse País tropical e sobressaltado cujos cidadãos andam tendo dificuldades e divergindo bastante para contar qualquer história a respeito da pátria amada (?).
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O livro cobre do descobrimento ao pós-impeachment de Dilma Rousseff com textos assinados por Claudio Manoel, Beto Silva, Helio de La Peña, Hubert Aranha e Marcelo Madureira . As artes que ilustram a obra são de Reinaldo Figueiredo.
O cinismo e o sarcasmo característicos dos Cassetas revestem a obra que se permite desconstruir o Brasil de um ponto de vista menos formal e mais esculhambador – mais afeito a nossa tradição como pontuado vez ou outra pelos autores ao longo da obra.
Ainda que se debrucem sobre fatos históricos do passado, o diálogo com o presente, subliminar ou abertamente, pauta a prosa dos Cassetas que não poupam nada ou ninguém e riem da história do Brasil e riem daqueles que tentam levar o Brasil a sério.
O livro carrega certos vícios, é verdade. Os autores ostentam determinadas fórmulas anedotárias que funcionam melhor em dado contexto do que em outro. Outro adendo necessário é o de que quem não cultiva o hábito de ser crítico, consigo e com tudo com o que se relaciona, provavelmente não vai mergulhar no livro. A obra tem um valor crítico soberbo que não pode ser amuado pela percepção canhestra que se ventila do humor atualmente.
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“Brasil do Casseta” é uma manifestação artística cheia de irreverência e inteligência que olha para um Brasil que insiste em dar errado e ousa ofertar algumas respostas à rotineira indagação do por que isso acontece.