O ano de 2017 já acabou, mas muitos lançamentos no mundo da música foram bons o suficiente para entrar para a história. Um dos maiores prêmios da fonografia, o Grammy Awards, finalmente celebrou esses profissionais da música no domingo (28) em uma premiação que deu o que falar.
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O grande vencedor da noite do Grammy foi o cantor Bruno Mars, carregando seis prêmios para casa, entre eles o disputado Disco do Ano, por “24k magic”, batendo os seus outros grandes concorrentes. Nas redes sociais, por outro lado, a premiação causou controversa, já que os fãs esperavam que um dos outros candidatos como Lorde, Jay Z ou Kendrick Lamar levassem a estatueta.
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Entretanto, o aclamado cantor Kendrick Lamar não saiu de mãos vazias. O músico, que fez uma abertura espetacular na premiação, venceu quatro prêmios das categorias de rap: colaboração, álbum, música e performance, além de Melhor Clipe, com “HUMBLE.”. A performance do cantor ainda contou com a participação de Bono do U2 e o guitarrista The Edge. A apresentação também teve o acompanhamento de diversos dançarinos vestidos de soldados e trouxe os versos da música “DNA”, que versa sobre o racismo nos Estados Unidos. O cantor foi interrompido pelo apresentador Dave Chappelle durante a apresentação que afirmou que “só queria lembrar ao público que a única coisa que assusta mais do que ver um homem negro sincero na América, é ser um homem negro sincero na América”. A cantora Lorde e o rapper Jay-Z, por sua vez, não receberam nenhum gramofone de ouro na premiação, deixando muitos fãs irritados nas redes sociais.
Outra performance que marcou o Grammy Awards 2018 foi a de Kesha, que contou com a participação de outras cantoras como Camila Cabello e Cindy Lauper e marcou o retorno de Kesha para o mundo da música, depois de quatro anos em disputa judicial contra o produtor Dr. Luke, acusado de abuso sexual. A música tocada foi Praying, em um dos momentos mais politizados e emocionantes da premiação e contou com um discurso de abertura de Janelle Monáe, que além de musicista também é atriz e trouxe à tona os escândalos de assédio e abuso sexual, relembrando a campanha “Time’s Up”, iniciada em Hollywood “para dizer que aqueles que ousam nos silenciar, nós oferemos duas palavras: Time’s Up [o tempo acabou] Nós temos o poder de desfazer essa cultura que não nos serve bem”, afirmou.
Discursos políticos
Entretanto, não foi só Kesha que trouxe um momento mais politizado durante a premiação. A cantora Camila Cabello, logo após fazer a participação na performance de Praying, veio à tona com um discurso que criticou o atual governo de Donald Trump, afirmando que orgulhava-se de ser “imigrante cubana-mexicana” e que os Estados Unidos foi feito por sonhadores que chegaram ainda crianças no país – e que podem agora sofrer deportação por conta das mudanças políticas do presidente.
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A premiação ainda contou com um vídeo que reunia diversas celebridades – incluindo Hilary Clinton, que disputou a corrida eleitoral com o atual presidente – lendo trechos do livro “Fire and Fury: Inside the Trump WIth House” (Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump”, em tradução livre), que critica o primeiro ano de Donald Trump. O vídeo contou com a participação também de artistas como Cher, Snoop Dogg, John Legend, e Cardi B.
Além disso, o encerramento da premiação contou com a apresentação do rapper Logic ao lado de Alessia Cara, que levou o prêmio de artista revelação, e Khalid. O rapper utilizou o momento para falar sobre a necessidade de movimentos em prol dos direitos humanos. A música é o número da Linha Nacional de Prevenção ao Suicídio nos Estados Unidos e o cantor utilizou um moletom com a frase “você não está sozinho” atrás. "O negro é lindo, o ódio é feio, mulheres são preciosas e mais fortes do que qualquer homem que eu já conheci. Mantenham a cabeça erguida e acabem com todos os predadores. O seu coração está cheio de amor e isso eles nunca vão tom tomar de vocês. Não tenham medo de usar sua voz, especialmente em oportunidades como essa", comentou. "A todos os países maravilhosos, cheios de cultura, diversidade, e milhares de anos de história... Nos tragam os seus os pobres, os cansados, quaisquer imigrantes que buscam por refúgio. Juntos podemos construir não só um país melhor, mas um mundo destinado a ser unido", concluiu, sendo ovacionado. A música concorreu à canção do ano, mas perdeu para Thats What I Like de Bruno Mars. Na corrida também estava o hit Despacito, que saiu sem nenhum prêmio da cerimônia.