Estreia na próxima quinta-feira (18), às 23h no canal FX, a segunda temporada de “American Crime Story”. Intitulada “O Assassinato de Gianni Versace” , o novo ano se desdobrará a partir do assassinato do famoso estilista italiano , morto a tiros na fachada de sua mansão em Miami em 15 de julho de 1997, em plena luz do dia, por Andrew Cunanan.

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Penélope Cruz é Donatella Versace em American Crime Story
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Penélope Cruz é Donatella Versace em American Crime Story

Cunanan já era caçado pela polícia federal norte-americana, o FBI, por ter matado outros quatro homens. Seus alvos eram sempre homens ricos e gays. “O Assassinato de Gianni Versace: American Crime Story " tem o ponto de vista de Cunanan como principal vértice narrativo.

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A série é baseada no livro “Vulgar Favors: The Assassination of Gianni Versace”, escrito pela jornalista Maureen Orth e publicado em 1999. A família de Versace rotula a obra como um “amontoado de fofocas” e, portanto, trata a série como uma peça de ficção. A resistência da família Versace, claro, joga a favor da 2ª temporada de “American Crime Story” neste momento prévio a estreia, mas há de se ponderar se o novo ano terá fôlego para dez episódios.

E visível que a série tem um cuidado estético e narrativo incomum na TV americana e mesmo em outras produções de Murphy. A primeira cena mostra um paralelo de Versace e seu assassino na manhã do crime. Um jogo de cena que mostra que a construção narrativa de “O Assassinato de Gianni Versace” será responsável por maximizar a emoção e os comentários circunscritos à trama. No segundo episódio, há uma ótima cena em que dois personagens praticam preliminares para o ato sexual e a tensão é palpável. Tratam-se de episódios bem dirigidos, bem montados, bem fotografados e muitíssimo bem atuados.

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A construção de um assassino

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Édgar Ramírez é Gianni Versace na 2ª temporada de American Crime Story

Maureen Orth descreve Andrew Cunanan como um produto de fanatismo. A mãe extremamente religiosa e o pai, ávido materialista. Sua publicação favorita era a revista Vanity Fair. Na série, vemos um homem que mente a respeito da própria sexualidade por pura conveniência. “Eu conto o que as pessoas precisam ouvir”, diz para um rapaz que parece nutrir afeto por ele e está nitidamente contrariado com a maneira distante com que ele se coloca.

O senso estético de Andrew , que ganha o corpo de Darren Criss, também ganha relevo na TV. Resta saber como a série irá especular a respeito das razões para Andrew matar Gianni Versace. O livro não é definitivo a respeito disso e a série aproxima Gianni e Andrew logo no primeiro episódio.  

Andrew é o protagonista formal da série e será interessante ver como o programa dimensionará suas motivações, desejos e angústias. O trabalho com as linhas temporais – há pelo menos três nos primeiros episódios – será fundamental nesse sentido.

Elenco hispânico

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Ricky Martin em American Crime Story

Ryan Murphy apostou em um trio de língua espanhola para ser o principal chamariz em termos de elenco. Penélope Cruz vive Donatella Versace, a irmã que assume os negócios após a morte do irmão e que assume, também, sua resistência ao namorado dele. Penélope tem certa dificuldade em afastar-se do lugar comum na caracterização da personagem. Seu inglês macarrônico também não ajuda, mas a expectativa é que se encontre em Donatella conforme a temporada avança. Édgar Ramírez , por seu turno, não apresentou a mesma dificuldade. O ator venezuelano não tenta emular o sotaque italiano e investe no temperamento latino para achar o tom de Versace, um homem excêntrico e de muitas peculiaridades. Ricky Martin abraça um personagem oprimido pelos desejos do amante e pela resistência da cunhada com força e compensa suas limitações como intérprete com muita energia.

Potencial midiático a segunda temporada de “American Crime Story” tem de sobra. Resta ver como Murphy e sua equipe vão conjugar os muitos pontos fortes e fracos inerentes as suas escolhas.

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