Carolina Jabor tem 20 anos de carreira no cinema . Esse ano, ela lança o segundo filme que dirigiu, “ Aos Teus Olhos ”, que foi exibido no Festival do Rio de 2017. Já dirigiu episódios de diversas séries nacionais, como “Mandrake” e “A Mulher Invisível”, além do documentário “O Mistério do Samba”. Foi uma das produtoras de “Magnífica 70”, da HBO. Ainda assim, é difícil ler sobre ela sem que referenciem duas figuras masculinas: seu pai Arnaldo Jabor , e seu marido Guel Arraes . “Todas as matérias da minha vida tem ‘filha de Arnaldo Jabor, casada com Guel’ pensei, ‘pô, sacanagem né?’”, comenta a cineasta em entrevista ara a Revista Trip .
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Carolina Jabor reconhece que está aprendendo ao feminismo, mas que o vê como uma ferramenta de transformação necessária. Para ela, a sua contribuição vem na prática: fazendo filmes em posições que normalmente são ocupadas por homens. “Eu resolvi olhar para isso (o feminismo) na minha vida”, confessou. “O quanto você tem que se impor como mulher num set de filmagem deve ser o dobro do que um homem deve fazer. Primeiro que a maioria de uma equipe de filmagem de set é masculina”, explica. “Então, até eles entenderem que você esta num cargo de liderança, você tem q falar mais grosso, tem que ter segurança, ‘tem que ser macho’ né? Essa frase é clássica no cinema”, critica.
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Está na hora
Carolina comenta sobre a onda de denunciar que tem acontecido nos EUA, em referência ao movimento “Times Up”. Para ela, esse novo “fenômeno” deveria se popularizar aqui. “Vamos entregar o povo” diz ela que acrescenta que nunca viu uma situação de abuso contra mulheres no trabalho, mas que sabe que existe.
Jabor, inclusive, esteve mais próxima do que se imagina do caso envolvendo o ator José Mayer. Susllem Tonani , figurinista que o acusou de assédio , é melhor amiga de sua irmã. “Eu debati muito o assunto antes dela ir a público e eu fiquei muito impressionada com a coragem dela de ir lá e fazer (a denúncia). Porque é muito sério, você prejudica muito a sua vida e seu trabalho”, opinou.
Carolina Jabor completa dizendo que “o feminismo está na moda” por que está na hora. “Há um movimento de dar voz as outras mulheres, para a gente conseguir ter um coro maior, mais amplo. E isso é maravilhoso”, conclui.
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