Depois do espetáculo do crescimento testemunhado em 2016, com grandes painéis enfileirados, congestionamento de expositores e um tráfego intenso nos quatro dias do evento, a Comic-Con Experience precisou crescer. A demanda reprimida no Brasil por eventos desse porte voltado para o fã de cultura pop mostrou que havia espaço para uma feira maior e mais inflada. Essa era a proposta para 2017, mas o crescimento desordenado gerou inesperados reveses.
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O espaço físico aumentou. Em 2017 a feira contou com 200 mil m². Um avanço e tanto em relação aos 115 mil m² do ano passado e um escárnio se comparado aos 40 mil m² de 2014. A Comic-Con , no entanto, enfrentou problemas de organização que não existiram em 2016. Outro número de frequentadores seguiu a tendência. Foram 227 mil em 2017, contra 200 mil no ano anterior. Os números são da organização e foram anunciados neste domingo (10).
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Com a necessidade de justificar o posto de maior comic-con do mundo, a feira precisou garantir astros e medalhões, mas não foi uma tarefa fácil. A Warner foi a primeira a fechar seu portfólio para a feira, mas outros estúdios custaram a apresentar suas atrações. Outros, como a Paramount – e a distribuidora Paris Filmes – , nem sequer tiveram painéis neste ano (foram responsáveis por alguns dos mais concorridos em 2016). Os cancelamentos em cima da hora (Nikolaj Coster-Waldau) e as ausências imprevistas (Cauã Reymond, Nate Moore,entre outros) também contribuíram para a percepção de uma CCXP menos épica em 2017. Muitos painéis que aconteceram no Auditório Cinemark, boatos de bastidores davam conta de que houve um problema na relação com esse patrocinador também, foram esvaziados e pareciam inadequados para o maior auditório do evento.
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Por outro lado, a feira promoveu em 2017 um reencontro com sua essência ao ampliar o espaço para o Artist´s Alley . Outra bem-vinda novidade foi a atenção dedicada à música na programação da Comic-Con.
O paraíso geek
A disposição dos frequentadores é sempre um show à parte e em 2017 não foi diferente. Esse carinho do público brasileiro atesta o sucesso do evento, que no geral se mostrou mais caro do que ano passado. Tanto no quesito alimentação, como nos souvenires que tanto mexem com a cabeça dos fãs.
Todos os estúdios que apresentaram painéis na CCXP trouxeram talentos internacionais para o evento. Uma prova de que a Comic-Con brasileira entrou de vez no calendário dos estúdios. No entanto, com exceção da Sony, pouco se viu pensado exclusivamente para o evento. Fica a lição para organização e estúdios trabalharem mais acirradamente para as próximas edições. O fã pode até pagar para receber publicidade, mas a experiência exclusiva precisa sustentar a premissa.
*Com reportagem de Karine Seimoha, Gabriela Mendonça, Caroline Sassatelli e Verônica Maluf