A mesa sobre a participação feminina no mundo geek já é é tradicional na programação na CCXP. Bastante informal, o debate relembrou algumas das conquistas das mulheres no ano na cultura pop e criticou o avanço conservador na área. Citando produções que acertaram na representatividade, as participantes classificaram “Mulher Maravilha” como “o maior ganho do ano”. 

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Mesa na CCXP relembra acertos da mídia na representação feminina
Verônica Maluf/iG São Paulo
Mesa na CCXP relembra acertos da mídia na representação feminina


Mulheres poderosas

Com mulheres mais do que empoderadas como convidadas pela CCXP , a lista de acertos da cultura pop em 2017 foi extensa: “Elemantary”, “Star Strek: Discovery” e “Super Girl” foram algumas das séries citadas. Por outro lado “Stranger Things 2” foi alvo de críticas pela rivalidade feminina criada entre Max e Eleven. Esse tópico puxou o tema da diversidade por trás das câmeras: a autora do blog Preta, Nerd e Burning Hell, Caroline Quiangala, chamou a atenção para se discutir as negociações desses espaços para além dos personagens fictícios.

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A youtuber Barbara Rodrigues do canal “Cuscuz Literário” comenta que precisamos ver mais diversidade entre roteiristas, produtores e diretores. “É a questão de sair do estereótipo”, explica. Designer de games, Sula Moon, diz que uma equipe de produção composta por mulheres é fundamental para que certas representações negativas não continuem a se propagar na mídia. “Essas coisas passam e você nem percebe [...] não tem ninguém que diga ‘não tem outra forma de fazer essa cena sem ofender ninguém(interrogação)’”, diz.

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Divulgação
"Mulher Maravilha"


O movimento de mulheres contra o assédio na indústria cultural também foi abordado. A ilustradora Cinthia Dynamite diz que isso sempre aconteceu e que como muitas das denúncias são deixadas de lado por partirem de mulheres. A onda conservadora que tem emergido na cultura pop também foi tema da discussão e suscitou fortes críticas por partes das participantes que, no final, se posicionaram ativamente contra esse avanço. Barbara, que lida diariamente com comentários do tipo através de seu canal, diz que é papel dessas mulheres lutar contra esse retrocesso na cultura. “É para isso que a gente está lá”, disse a youtuber antes de encerrar o painel “Furiosas - Mulheres Que Chutam Bundas” na CCXP.


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