Apesar de as exposições hype nos Centros Culturais terem atraído filas de dobrar o quarteirão nos últimos anos, o brasileiro ainda não tem o hábito de frequentar museus - mesmo em classes sociais mais elevadas. E os dados são ainda piores quando olhamos para as populações mais carentes.
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Segundo Nelson Colás, diretor de Relações Institucionais da Feambra (Federação de Amigos de Museus do Brasil), uma das causas é a falta de hábito do brasileiro em frequentar esses locais. “Por sermos um país jovem, com uma grande miscigenação ética e educação patrimonial ainda tão precária, também existem aqueles que acham que só o que é novo é bom e interessante”, diz Colás. Outra é o desconhecimento sobre aquilo que está sendo exposto nestes locais também explica a baixa procura pelas intituições culturais.
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Outro fator, que pode parecer óbvio, mas talvez seja o principal é a baixa quantidade desses espaços no País. Segundo o Panorama Museus no Brasil de 2010, um levantamento realizado pelo IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus), dos mais de 5.500 municípios brasileiros, 78,9% não possuem esses espaços. Embora em 2016 a quantidade de visitantes nos museus de todo o País tenham crescido, isso não reflete a real situação.
Isso porque a maior parte dos visitantes frequentaram as exposições de grandes nomes, que tiveram grande repercussão na mídia. Aqueles que se dedicam a memória brasileira tiveram mais destaque no ano passado, como o MIS (Museu da Imagem e do Som), Museu Imperial, Museu do Futebol, Museu Histórico Nacional, entre outros.
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Para Flávia Veloso, diretora do Museu Brasileiro da Escultura (MUBE), frequentar museus é promover a manutenção da cultura enquanto sociedade, tornando esses lugares mais democráticos. “A forma como a sociedade enxerga os museus tem que mudar. Os museus têm que se aproximar da sociedade para que ela possa participar e se sentir parte”, alertou.