Se a Marvel hoje é um império pop que rende fortunas para a Disney e serve de modelo para praticamente todos os estúdios em Hollywood, tudo se deve a Kevin Feige.
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Nascido em uma família judaica, Kevin Feige desde cedo – mais precisamente após concluir o ensino médio – tentou se inserir no universo cinematográfico. Seus ídolos eram George Lucas, Robert Zemeckis, Ron Howard e Steven Spielberg. Todos diretores com alma de produtores e extremamente bem sucedidos nas duas funções.
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Sua estreia como produtor associado foi em “Volcano – A Fúria” (1996), um filme catástrofe de médio porte estrelado por Tommy Lee Jones. Depois de atuar com produtor em “Blade” (1998), foi contratado pela Marvel para atuar como produtor nos filmes com personagens do estúdio. Assim o fez durante os seis primeiros anos da década de 00.
Foi ele quem convenceu a empresa a apostar no cinema. A Marvel enfrentava uma nova crise – foi em uma delas que negociou com boa dose de desapego os direitos de personagens como X-Men, Homem-Aranha e Quarteto Fantástico – e precisava tomar alguma medida para estancar a sangria. A ideia de Feige era apostar em personagens do segundo escalão da editora. A ambição era maior. Criar um universo Marvel no cinema em que, como nas HQs, todos os personagens habitassem o mesmo plano e as tramas se coligassem. Mas era preciso parcimônia.
O primeiro passo foi fechar um acordo de distribuição. A Paramount, um dos poucos estúdios que não tinha controle criativo de nenhum personagem Marvel foi a escolhida. “Homem de Ferro” seria o primeiro lançamento. A concorrência da temporada do verão americano era intensa. Harrison Ford voltava a empunhar o chapéu e chicote de Indiana Jones e Heath Ledger, que havia morrido em janeiro, era o Coringa mais letal que Batman havia cruzado em “O Cavaleiro das Trevas”.
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Estrelado por Robert Downey Jr. , que até então era percebido com um risco, e dirigido por um ator pouco experimentado como diretor, Jon Favreau, “Homem de Ferro” arrecadou quase US$ 600 milhões mundialmente e mostrou que a Marvel tinha cacife sim. E aquela cena pós-créditos...
Para todos os efeitos era uma brincadeira, mas Feige sabia muito bem o que estava fazendo. A partir dali costurou o Universo Marvel como o conhecemos. Com todas as suas fases e reminiscências – até séries na Netflix.
A compra da Marvel pela Disney, portanto, foi viabilizada pelo audacioso plano de Kevin Feige que saneou a empresa e foi elevado ao posto de presidente do Marvel Studios.