Talvez a primeira coisa que venha em mente ao ouvir o nome “Ben Stiller” sejam as comédias mais rasas como “ Zoolander ”, “ Entrando Numa Fria ” ou “Uma Noite no Museu”. Mas, com uma vasta carreira que inclui créditos como escritor, diretor e produtor, Ben Stiller vai muito além desses papeis.
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Ele sempre soube dosar muito bem o lado “sério” e o lado “engraçado”. No mesmo ano que protagonizou “Zoolander”, por exemplo, esteve na obra do artístico Wes Anderson “ Os Excêntricos Tenenbaums ”. Os sucessos de bilheteria, mesmo que não sejam aclamados pela crítica, são os que se sobressaem mas, é quando se afasta da comédia fácil que Ben Stiller se torna mais interessante. E isso pode ser visto desde o começo de sua carreira. Em 1994 ele dirigiu “Caindo na Real”, com Wynona Ryder e Ethan Hawke. O filme é um belo retrato do amadurecimento, do período em que os personagens se descobrem adultos, e não sabem exatamente o que fazer.
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Depois dessa estreia na direção, ele fez “O Pentelho”, com uma premissa bem diferente. Com Jim Carrey como protagonista, o filme usa de sua personalidade caricata para fazer rir. Assim como Carrey, que se deixa ser dirigido quando se afasta das comédias, é nos dramas que Stiller tem mais sucesso. E a maioria deles parece ter uma proposta similar a “Caindo na Real”: as histórias da vida cotidiana conforme amadurecemos. O tema está presente em “O Solteirão”, “A Vida Secreta de Walter Mitty”, “Enquanto Somos Jovens” e os enredos amadurecem junto com o ator. E em seu mais recente filme “ O Estado das Coisas ”, que estreia nos cinemas nessa quinta-feira (02) não é diferente. Ao acompanhar o filho em visitas às universidades, Brad repensa sua própria trajetória e tenta evitar que o filho siga pelo mesmo caminho que ele.
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Diretor versátil
Se como ator Ben Stiller se deixa melhorar ao questionar sua existência, como diretor ele gosta de provocar. E isso não é necessariamente um elogio. Porém, se há algo a ser dito sobre a habilidade de Stiller na direção, é que ele não se acomodou e, a cada filme mostra sua versatilidade.
Em “ Trovão Tropical ”, ele se reúne com Justin Theroux, autor de “Zoolander”, para fazer uma sátira dos filmes de ação, enquanto reúne grandes nomes do cinema como Robert Downey Jr. , que acabou indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante pelo filme. Em “A Vida Secreta de Walter Mitty”, ele usa elementos cômicos, sem perder o foco na história de Mitty.
A parceria com Noah Baumbach
O maior responsável por explorar esse “Lado B” de Stiller é o cineasta Noah Baumbach . Ele dirigiu o ator em “Solteirão”, “Enquanto Somos Jovens” e em 2017 “Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe”. Ao lado de Adam Sandler, ele levou o filme a Cannes e recebeu críticas positivas pelo trabalho.
Produtor
Para somar-se a longa lista de filmes que Ben Stiller já atuou e dirigiu, ele ainda produziu diversas produções. Os trabalhos incluem desde longas onde atua, como “Starsky & Hutch”, até séries de TV como “Burning Love” e indies como “Submarino”. Pode até ser que suas comédias venham a mente primeiro quando lembramos de Ben Stiller. Mas, seu “lado B” é repleto de ótimos filmes que valem a pena a virada do disco.
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