Ainda falta pouco mais de três meses para o anúncio dos indicados ao Oscar 2018, que acontecerá em 23 de janeiro – a cerimônia de entrega dos prêmios ocorre em 4 de março – mas já é possível avistar alguns dos filmes e artistas que devem figurar na disputa pelo principal prêmio do cinema justamente no ano de seu nonagésimo aniversário.
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Terminados os festivais de Veneza e Toronto, principais plataformas para quem aspira um destaque no Oscar , e com o começo da fall season nos EUA, quando os estúdios alinham seus principais lançamentos de olho na premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, já dá para elencar algumas produções que certamente vão ocupar algum espaço na edição de 2018 do grande prêmio da sétima arte.
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Quem largou na frente
Badalado desde o festival de Sundance e exibido com pompa em Toronto, “Me Chame Pelo Seu Nome” é, neste momento, o filme mais bem colocado na corrida pelo Oscar. Importante frisar que na atual conjuntura a questão posta são as indicações, não a vitória. O filme que integra a programação do Festival de cinema do Rio e tem estreia comercial marcada para 18 de janeiro mostra o desabrochar sexual de um jovem italiano que se apaixona por um estudante americano na Itália da década de 80. O filme de Luca Guadagnino já foi acolhido como o filme LGBT do ano, uma plataforma que já se mostrou voraz em anos passados e ajudou “Moonlight” a superar “La La Land” neste ano.
A experiência profundamente cinética esmerada em uma técnica ímpar proposta por Chistopher Nolan em “Dunkirk” deve fazê-lo voltar à disputa pelo Oscar de melhor filme, que ele disputou em 2011 com “A Origem”, e a pleitear uma ainda inédita nomeação entre os diretores.
Duas outras crias de festivais também estão bem cotados. "Três Anúncios para um Crime”, de Martin McDonagh ganhou dois prêmios em Veneza e o prêmio do público em Toronto. Esse último costuma significar indicação ao prêmio de melhor filme no Oscar. “O Lado Bom da Vida”, “O Discurso do Rei”, “La La Land”, “12 Anos de escravidão” e “Quem Quer Ser um Milionário” foram vencedores em outros anos. O filme também deve valer indicações para seus atores. Frances McDermond, Woody Harrelson e Sam Rockwell. Outro é “Terreno Selvagem”, de Taylor Sheridan. Estreando na direção, Sheridan foi o responsável pelos roteiros dos benquistos e indicados “Sicario: Terra de Ninguém” (2015) e “A Qualquer Custo” (2016).
Você viu?
Guillhermo Del Toro já arrebatou a Academia uma vez com o “O Labirinto do Fauno” (2006) – e muita gente acha que o filme merecia uma menção entre os melhores do ano – e tudo indica que o fará de novo com “A Forma da Água”, que já ganhou o leão de ouro em Veneza. Del Toro é o único do triunvirato mexicano (composto por ele, Alfonso Cuarón e Alejandro González Iñarritu) que ainda não se consagrou na maior festa do cinema. Este ano pode ser sua desforra.
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Bom ano para mulheres?
Filmes e cineastas mulheres podem ter um bom 2017 no Oscar. “Detroit”, que estreia em 12 de outubro no Brasil, traz Kathryn Bigelow, única mulher a ganhar o Oscar de direção em 89 anos, de volta aos temas importantes com uma trama que investiga as tensões raciais na cidade do título. Darling do cinema independente, Greta Gerwig estreia atrás das câmeras com “Lady Bird”, um filme que agradou muito em Toronto e em Telluride, um festival que dura apenas um fim de semana e é tido como muito influente na temporada de premiações. Além do mais, a protagonista do filme é a querida e já duas vezes nomeada Saoirse Sonan . Há ainda o fenômeno “Mulher-Maravilha”. Embora uma nomeação ao filme pareça muito improvável, Patty Jenkins pode ser lembrada entre os diretores. Correndo por fora está Angelina Jolie, cujo filme da Netflix, “First They Killed my Father”, é a submissão cambojana para a disputa de melhor produção estrangeira.
Perspectiva positiva
“Blade Runner 2049”, que estreia nesta quinta-feira (5), pode ocupar o espaço preenchido por “Mad Max: Estrada da Fúria” em 2015 e ajuda a Academia a vencer de uma vez por todas o preconceito contra a ficção-científica. Denis Villeneuve concorreu ano passado com outro filme do gênero, “A Chegada”.
Cineastas de pedigree apresentam seus novos trabalhos nos últimos meses do ano e chegam calibrados para a corrida: Clint Eastwood (“The 15:17 to Paris”), Steven Spielberg (“The Post”) e Paul Thomas Anderson (“Phanton Thread”, que ainda tem o buzz de trazer a última atuação do queridíssimo Daniel Day Lewis, que recentemente anunciou aposentadoria). Woody Allen também lança seu “Roda Gigante”, com Kate Winslet e Justin Timberlake”, no fim do ano em janela propícia para a lembrança pelo Oscar.
Há, ainda, o musical “O Rei do Show”, com Hugh Jackman, uma das poucas incógnitas da temporada.
Atuações
Na corrida pelo Oscar de melhor ator, Gary Oldman é o nome a ser batido por sua representação de Winston Churchill em “O Destino de uma Nação” . Jake Gyllenhaal também é nome forte na corrida pelo drama “O Que te Faz Mais Forte”, sobre um homem que perdeu as duas pernas no atentado de Boston.
Entre as atrizes, Jessica Chastain está cheia de hype pelo thriller de pôquer que marca a estreia na direção de Aaron Sorkin. Além da estrela de “Molly´s Game”, Emma Stone pode voltar à disputa no ano seguinte a sua vitória por “A Batalha dos Sexos”, outra estreia de outubro aqui no Brasil, e Sally Hawkins (“A Forma da Água”) e Margot Robbie (“I, Tonya”) são nomes lembrados.
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