A Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) acontece anualmente no Rio de Janeiro e é um dos eventos mais importantes do mundo. Isso porque sua proposta é reunir diversas personalidades para falar sobre temas da atualidade. Dessa forma, muitas vezes é impossível fugir de polêmicas, seja nas mesas, seja para a curadoria do evento - que, em alguns anos, fez escolhas bastante questionáveis.

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A FLIP já colecionou diversas polêmicas ao longo de sua história; relembre as mais marcantes
André Conti/Flip.org.br
A FLIP já colecionou diversas polêmicas ao longo de sua história; relembre as mais marcantes

Relembre cinco grandes polêmicas da história da FLIP :

Autores negros

Em 2016, uma das maiores polêmicas que a FLIP causou foi a ausência de autores negros nas mesas principais. Diversos escritores criticaram a organização do festival e o debate sobre racismo surgiu de forma quase automática. As discussões sobre esse tema se estenderam durante todo o evento.

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Para tentar remediar a situação, o curador daquela edição, Paulo Werneck, afirmou que a organização tentou incluir autores negros, mas não conseguiu trazer autores negros para os debates centrais. Na época, muitas pessoas criticaram a organização, afirmando que houve uma falta de interesse por parte dos organizadores nessa questão.

Nudez

Em 2011, a Festa Literária Internacional de Paraty terminou de uma forma um tanto quanto curiosa: todo mundo nu! Apesar de ter sido tudo encenado e como parte de um ato do "Manifesto Antropófago", de Oswald de Andrade, o escritor homenageado pelo evento naquele ano. A apresentação ainda incluiu um banquete com frutas tropicais no chão de terra batida e à beira do mar de Paraty.

Para evitar problemas com a justiça, a organização do festival cercou a área da apresentação com muros improvisados, a fim de evitar a presença de menores de idade no local da encenação da peça.

Descriminalização das drogas

A FLIP de 2016 rendeu diversas polêmicas. Dentre elas, a discussão, em diversos momentos, sobre a descriminalização das drogas - e vozes como um delegado de polícia e vários expoentes dos veículos de imprensa do Brasil e do mundo falaram a favor do tema. Mesmo sem uma mesa específica para tal tema, ele continuou aparecendo em diversos momentos do evento.

A violência também foi tema de uma ação da edição, que espalhou fotos de mulheres e calcinhas na praia. Mesmo que essa não tenha sido a intenção da curadoria, esses debates ganharam as manchetes do mundo inteiro e marcaram a edição.

Manifestação como ponto negativo

Ainda em 2016 (pense em uma edição atribulada?!) , uma manifestação na porta da tenda dos autores, durante a mesa da escritora Svetlana Aleksievitch, ganhadora de um Nobel de Literatura, foi considerada um dos pontos negativos do evento pela curadoria da Festa.

Dentre as pautas debatidas pelos manifestantes, estavam o governo (então) interino de Michel Temer, a ausência de autores negros na Flip e o sucateamento do ensino no Estado do Rio. De acordo com os jornais da época, a curadoria foi injusta, pois o que a escritora bielorrusssa estava dizendo era do interesse dos manifestantes.

Vaias a poeta

Como pode se perceber, 2016 foi uma edição e tanto! Abud Said, um poeta sírio, se recusou a falar sobre o Estado Islâmico durante a mesa de que participou na festa e recebeu uma série de vaias dos presentes. Ele também criticou representantes dos direitos humanos por sua atuação na Guerra da Síria.

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Ele afirmou que não poderia falar sobre o estado político de seu país, mas que os relatos individuais de jornalistas que passavam apenas algumas semanas no país não eram, de forma alguma, um retrato da realidade de quem vive na Síria. Contudo, aproveitou sua presença na FLIP para afirmar que falar sobre o Estado Islâmico é importante para compreender a guerra na região.

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