Um homem desiludido com um amor leiloando o seu próprio coração: foi assim que César Menotti e Fabiano atingiram em 2006 o topo das paradas das rádios com uma canção que se tornou um clássico do sertanejo, conquistando até mesmo disco de platina. Com uma trajetória consolidada no universo da música , a dupla tornou-se um grande expoente do sertanejo universitário, mas sem deixar de relembrar as raízes do gênero musical, como fez no último disco “Memórias II”, lançado este ano em todas as plataformas digitais que tem como intuito trazer as canções favoritas dos dois.

A dupla de sertanejo César Menotti e Fabiano durante show em Minas Gerais
Reprodução/Facebook
A dupla de sertanejo César Menotti e Fabiano durante show em Minas Gerais


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“A nossa história começou na música raiz, depois a gente vem trazendo o nosso estilo, nossa cara, mas as nossas referencias são antigas, então muitos fãs que não ouviam antes, começou a ouvir com a gente”, comenta Fabiano a respeito da convergência entre as duas gerações do sertanejo . Com simplicidade nos arranjos e na montagem do palco, a dupla realizou um show em novembro do ano passado na Villa Country, em São Paulo, com a participação de vários nomes da música, como Zezé Di Camargo e Luciano, Roberta Miranda e Bruno & Marrone, que, segundo Fabiano, são amigos de tempos da dupla. “A gente queria apresentar aquilo que a gente vive, mostrar o que era a nossa referência e para a nossa surpresa ela foi muito bem aceita por essa classe nova de ouvintes”, revelou o cantor.

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Com o novo trabalho, que remonta o sucesso de “Memórias Anos 80 & 90 - Ao Vivo”, Fabiano revela que a fase é de uma realização pessoal e que dar uma continuação a esse projeto tornou-se inevitável. “Veio a cobrança do segundo e o volume agora, então virou meio que obrigação da gente pra quem gosta de nós e de música sertaneja”, comentou o cantor.

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O sertanejo no mundo

Em meio a um fenômeno classificado como “feminejo”, Fabiano ressalta que a existência das mulheres liderando o gênero, na realidade, é bem antigo. “As mulheres sempre fizeram música no sertanejo, Nalva Aguiar, Perla que era uma paraguaia com seu violão, as irmãs As Galvão... só que ficou um tempo sem uma novidade”, comenta o cantor. “Foi aí que entrou a Paula Fernandes e quebrou esse paradigma, abriu as portas novamente e veio essa galera toda. Eram várias mulheres, mas já existia a tradição da mulher e com o tempo elas vieram com tudo e com um trabalho maravilhoso”, opina o cantor.

Presentes nas festividades do nordeste há cerca de seis anos, a dupla teve a sua estreia em uma das maiores festas de São João da região, a de Campina Grande, na Paraíba. Abrindo a temporada, César Menotti e Fabiano dividiram o palco com outros estilos musicais, em especial, com os forrozeiros.

Apesar da mistura ter agradado a dupla, a cantora Elba Ramalho fez um comentário em uma apresentação reivindicando os holofotes ao forró ao invés do sertanejo durante essa temporada, que foi depois rebatido por Marília Mendonça. “Existiu uma polêmica, mas eu acho que não é nada demais. É um comentário de um ou de outra, uma coisa mal interpretada” opina o cantor, que diz reconhecer o talento e relevância de ambas cantoras. “Existia um preconceito no passado, hoje não mais. O sertanejo entrou no carnaval da Bahia, nas festividades de São João, no Planeta Atlântica... o ano retrasado toquei na Sapucaí no samba também. Tem de tudo um pouco”, completa o cantor.

Com o novo trabalho lançado, os planos da dupla são engatar em uma turnê levando o sertanejo pela estrada em diversos shows no país.

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