O filme "Gabriel e a Montanha", de Fellipe Barbosa , foi selecionado para o Festival de Cannes , que acontece entre os dias 17 e 28 de maio. O longa compete na prestigiada mostra paralela Semana da Crítica, dedicada a revelar talentos emergentes do cinema.
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"Gabriel e a Montanha" recria a viagem de Gabriel Buchmann, brasileiro formado em economia que foi para a África a fim de estudar melhor a pobreza e se preparar para um doutorado em políticas públicas na UCLA. A produção é da TvZERO, Gamarosa Filmes & Damned Films e conta uma história real, com roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada.
“O significado de uma viagem só pode ser definido após o retorno. Gabriel não teve a oportunidade de retornar. Minha motivação para fazer esse filme foi descobrir o significado da viagem que ficou perdido e compartilhá-lo, que é exatamente o que o Gabriel teria feito”, explica Fellipe Barbosa.
Na viagem, Gabriel também por países como Quênia e Tanzânia, sempre querendo conhecer as particularidades das comunidades locais, como a tribo dos Massais. O rapaz gastava entredois e três dólares por dia e ajudou os amigos que fez nessas regiões.
Gabriel, interpretado por João Pedro Zappa, também se aventura por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre políticas públicas e, juntos, viajaram pela Tanzânia e Zâmbia. O principal objetivo do pesquisador era avaliar a miséria de perto.
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“O filme também é resultado da minha relação com a África. Em novembro de 2011 eu fui para Uganda pela segunda vez como mentor do Maisha Film Lab, criado por Mira Nair. Depois do workshop, eu peguei a estrada e passei por parte do trajeto realizado pelo Gabriel Buchmann. Em dois meses cruzei Ruanda, Burundi, Tanzânia e Malawi, onde subi o Monte Mulanje e caminhei até o local onde o corpo de Gabriel foi encontrado”, lembra o diretor.
Festival de Cannes 2017
A aguardada 70ª edição do Festival de Cannes terá muitos filmes e autores comentados garantindo um lugar de destaque na croisette. A edição de 2017 terá novos filmes de gente como o austríaco Michael Heneke – duas vezes vencedor do Palma de Ouro com “A Fita Branca” (2009) e “Amor” (2012) – , a inglesa Lynne Ramsey, a americana Sofia Coppola, a japonesa Naomi Kawase, os franceses François Ozon e Michel Hazanavicius e o turco Faith Akin.
Além dos 18 filmes já anunciados, entre eles "Gabriel e a Montanha", a competição terá pela primeira vez Netflix e Amazon, duas gigantes da distribuição e produção de conteúdo audiovisual na disputa pela Palma de Ouro.