Quando uma nova versão de um filme que amamos é anunciada, a tendência é receber a notícia com certa suspeita. “Por que mexer no que está bom?” é uma pergunta que vem a cabeça. Mas, hoje em dia, reboots e continuações são muito comuns.
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Se considerarmos somente 2017, os filmes que devem ter as maiores bilheterias são continuações: “Logan”, “Guardiões da Galáxia” , “Velozes e Furiosos” e “Star Wars” para citar alguns, ou versões de histórias já conhecidas como “A Bela e a Fera”, “Baywatch” e “O Rei Arthur”.
Sequências são como um jogo de sorte: podem dar muito certo ou muito errado. Quando dão certo, sentimos um alívio por não ter nossas histórias favoritas destruídas. Porém, quando dá errado, só nos resta tentar esquecer. E os filmes listados abaixo, com certeza, estão na lista dos que queremos esquecer:
"O Poderoso Chefão III"
Quando foi lançado em 1972, “ O Poderoso Chefão ” foi sucesso de crítica e segue, até hoje, como um dos filmes mais aclamados de Hollywood. Estrelando Al Pacino, James Caan e uma performance estrelar de Marlon Brando, o filme que retratava a máfia italiana teve 11 indicações ao Oscar, levando três estatuetas: melhor filme, melhor roteiro adaptado e melhor ator para Brando.
Francis Ford Coppola lançou, dois anos depois, a continuação que retratava a ascensão de Michael Corleone (Pacino) nos negócios da família, ao mesmo tempo que relembrava o passado de seu pai quando chegou ao país. Com Robert De Niro interpretando o jovem Vito Corleone, a continuação também foi um sucesso de crítica.
O problema foi que, depois de muitos anos, Coppola decidiu criar uma terceira parte para a história. Em 1990 foi lançado “O Poderoso Chefão III” que focava menos na história da máfia, e mais nos conflitos pessoais de Michael. Além disso, a possível ascensão de Vincent Mancini (Andy Garcia) é deixada de lado e a filha do diretor, Sofia Coppola, não convenceu como atriz.
"Piratas do Caribe"
Baseado na atração dos parques da Disney, “Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra” foi muito celebrado quando saiu em 2003. O filme era diferente, divertido, misturava ação, suspense aventura e romance, somados a um personagem inesquecível: Jack Sparrow. Johnny Deep , que ganhou uma indicação ao Oscar pelo papel, criou um protagonista que virou ícone da Disney.
Com o sucesso do primeiro, a sequência foi garantida. A história, seguindo a mesma linha, explorava os mistérios do mar, e trazia um novo antagonista na figura de Davy Jones. O arco iniciado no segundo filme termina no terceiro, encerrando as participações de Will (Orlando Bloom) e Elizabeth (Keira Knightley). Porém, com a sempre crescente bilheteria, um quarto filme recebeu o sinal verde e a história repetitiva, sempre dependente do personagem Jack Sparrow, recebeu ainda outra continuação, “Navegando em Águas Misteriosas”, que ninguém pediu. Não contente, a fórmula Jack Sparrow + nenhuma história retorna em 2017, com a “Vingança de Salazar”.
"Transformers"
Transformer é o nome dado aos pequenos carros de brinquedo que se transformam em robôs e se popularizaram nos anos 1980. Já nos anos 2000, o diretor Michael Bay decidiu transformar os robôs em um filme, lançando o primeiro “ Transformers ” em 2007. Com a alta bilheteria o filme teve sua sequência garantida, trazendo de volta o elenco principal do primeiro, que inclui Shia LaBeuof, Megan Fox e Josh Duhamel.
O terceiro filme da franquia, lançado em 2011, já não contava com Fox, depois de desavenças com Michael Bay. A atriz foi substituída por Rosie Huntington-Whiteley, enquanto o filme seguia a mesma receita de destruição da Terra, que deve ser impedida por Sam (LaBeuof) e seus amigos robôs. Para o quarto capítulo da história, o elenco sofreu mais um baixa, a do protagonista, sendo substituído por Mark Wahlberg. Mesmo seguindo uma premissa cansada desde a estreia do original há 10 anos, o filme retorna em 2017 com sua quinta história, “O Último Cavaleiro”.
"Jurassic Park"
Um clássico, Jurassic Park , dirigido por Steven Spielberg, foi lançado em 1993, baseado no livro de Michael Crichton, conquistando muitos fãs. Com uma história sobre um rico excêntrico que cria um parque de dinossauros, o filme é adora pelos modernos efeitos especiais, com os mais diversos tipos de animais extintos sendo mostrados.
A alta bilheteria também lhe rendeu uma continuação, com o autor Crichton pressionado a desenvolver uma sequência. A história, porém, não foi convincente e deixou muito a desejar em relação ao primeiro. Jeff Goldblum foi o único a retornar e apesar de boa bilheteria, o filme não emplacou como o original. Ainda assim, Spielberg insistiu em uma terceira sequência, que trouxe de volta os atores principais, mas também não teve o impacto do primeiro. Foi somente com Jurassic World, em 2015, que a franquia retomou sua forma, utilizando um elenco novo, um parque novo e uma história atualizada.
"Dr. Dolittle"
A improvável amizade com um cão, que acontece depois que Dr. Dolittle começa a escutar os animais, é o que move a trama do filme de mesmo nome. Com Eddie Murphy no papel principal, a comédia de 1998 não foi campeã de críticas, mas agradou, principalmente as famílias e crianças. Sendo assim, uma sequência foi aprovada. Sem muita novidade, o segundo filme traz o doutor enfrentando novos desafios, dessa vez com animais da floresta.
Agora, a continuação que ninguém pediu, deve ganhar uma terceira história, com Robert Downey Jr. no papel principal. O filme ainda terá a direção de Stephen Gaghan, conhecido por thrillers densos como "Syriana" e "Traffic".
"Independence Day"
Quais as chances dos EUA serem atacados duas vezes por alienígenas no dia 4 de julho? Muitas, aparentemente. Em 1996 Wil Smith e Jeff Goldblum ajudam a salvar a terra desses aliens, impedindo que a Terra seja invadida por eles, o que significaria o fim da raça humana. " Independence Day" foi um sucesso e parecia que assim permaneceria intocado.
Mas, Roland Emmerich, que escreveu e dirigiu o original, aparentemente tinha mais o que dizer. Foi assim que, em 2016, exatos 20 anos após a chegada do primeiro, estreou nos cinemas “Independence Day: o Ressurgimento”. Vai entender.
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"Efeito Borboleta"
Lançado em 2004, “Efeito Borboleta” trazia uma trama complicada envolvendo viagem no tempo e teoria do caos. Com Ashton Kutcher no papel principal, o filme foi mal recebido pela crítica, mas bem recebido pelo público. Resultado suficiente para garantir não uma, mas duas sequências.
Ambos os filmes seguem a premissa do primeiro: jovem, com passado complicado, descobre que pode viajar no tempo e mudar sua história. Com novo elenco, a tramas são praticamente iguais e, um filme que já não começou bem, só perdeu com as sequências.
"Se Eu Fosse Você"
“Se Eu Fosse Você” foi sucesso de público em 2006. Dirigido por Daniel Filho, o filme traz uma receita de bolo que dificilmente não agrada, mesmo que não seja inovadora: troca de identidades. Porém, o grande trunfo é o casal de protagonistas Glória Pires e Tony Ramos, que engrandecem todas as cenas.
Com isso, não foi difícil conseguir uma continuação. O problema é que, se a história já era uma pouco cansada no primeiro, no segundo então, perde qualquer chance de ser inovador.
"Minha Mãe é Uma Peça"
Dona Hermínia era um dos maiores trunfos de Paulo Gustavo em seu programa “220 Volts”, do Multishow. A personagem dona de casa adora falar mal de todos, principalmente do ex-marido e dos filhos. Adorada, ela ganhou um filme próprio em 2013, “Minha Mãe é uma Peça” que fez quase R$ 50 milhões na bilheteria.
A fórmula nós já sabemos: fez sucesso, ganha sequência. “Minha Mãe é uma Peça 2”, porém, já tinha a personagem desgastada, com todas as tramas possíveis já utilizadas no primeiro.
"Psicose"
Começamos a lista com um clássico e terminamos com outro. Acredite se quiser, a obra-prima de Alfred Hitchcock ganhou duas sequências. Mesmo que o diretor não esteja envolvido me nenhuma delas, o ator principal, Anthony Perkins, voltou a interpretar Norman Bates.
Em “Psicose II”, Bates é solto do sanatório, para desespero da irmã de Marion Crane, morta pelo rapaz. No último dos três filmes , ele volta a administrar o Motel Bates, e procura por uma nova vítima.