Depois de exibir o filme no festival de Berlim, Hugh Jackman veio ao Brasil para divulgar “Logan”, sua última incursão como Wolverine, o mais icônicos dos X-Men que ganha um terceiro filme solo, segundo sob a batuta de James Mangold. “Até este filme não tínhamos chegado ao coração de Wolverine”, disse o astro em coletiva de imprensa realizada em um hotel da zona de sul de São Paulo.
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“Eu senti por 15 anos que havia algo a mais para fazer com esse personagem”, observou sobre o desejo de fazer de “Logan” um testamento tanto de seus 17 anos e nove aparições como o mutante no cinema, mas também desse personagem que é tão amado em todo o mundo. “Não há qualquer crítica aos outros filmes da franquia X, que eu gosto muito, mas este é um personagem que eu vejo mais definido por sua humanidade do que por suas habilidades heroicas”, explicou Hugh Jackman .
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Baseada na HQ “Old Man Logan”, o filme flagra Wolverine como um dos poucos mutantes remanescentes em um futuro não muito distante. Envelhecido e cuidando de um ainda amais debilitado Charles Xavier (Patrick Stewart), Logan se vê obrigado a acolher uma jovem mutante, muito parecida com ele, que está sendo caçada por uma organização militar que tenta criar e controlar o gene mutante.
“Eu vejo esse filme como se ele fosse a final de um campeonato de futebol e eu fosse um jogador da seleção brasileira. Se perdermos, eu ainda estaria muito orgulho, mas é claro que quero vencer”, opinou sobre a expectativa em relação a reação do público sobre “Logan”, que estreia no Brasil em 2 de março.
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Referências e intimidade
Para o ator, “Os Imperdoáveis” (1992), de Clint Eastwood, é a referência primária do filme no que tange a relação de Logan com a violência e como ele vai se transformando em modelo para sua jovem protegida, Laura (Dafne Keen). “Este é um filme adulto. Tem crianças nele, mas não é para crianças. Eu não acho que você possa realmente entender Logan sem entender o que a violência fez com ele”.
O ator se mostra grato pela FOX ter apoiado a visão que ele e Mangold tinham para o filme. “Eu não queria que este filme fosse definido pelo gênero (adaptação de HQ) ou pela classificação indicativa, mas pelo desenvolvimento do personagem”, observa. A Fox resolveu acolher a proposta de Jackman e Mangold após o sucesso de “Deadpool”, que tinha censura para maiores de 17 anos.
A violência é, de fato, chocante para quem está acostumado com o padrão esterilizado das produções Marvel. E a violência surge toda ela contextualizada no histórico do personagem e das circunstâncias em que ele se vê inserido. Essas circunstâncias, aliás, respondem por outras referências que Jackman verbaliza. “Tem um pouco de ‘Pequena Miss Sunshine’ na dinâmica deles, do road movie familiar. De ‘O Lutador’, de Darren Aronofsky, no peso do dia a dia para o personagem e no fantasma de seu passado”.
Essas referências entregam que “Logan” não é um filme convencional de super-heróis. “Em muitos níveis é um filme sobre envelhecer, morrer, vida, família...”, observa. “O grande medo de Logan é a intimidade. Nesse sentido, cercá-lo de uma família foi uma excelente escolha narrativa”.
Pronto para o adeus
“Foi agridoce”, confessa o astro australiano sobre viver Wolverine pela última vez. “Mas foi incrivelmente satisfatório”. O ator disse que viver o personagem em uma fase tão extenuante mental e emocionalmente foi mais desgastante fisicamente do que ele esperava.
Hugh Jackman disse estar vivendo um momento diferente em sua carreira. Revelou nortear suas escolhas pelo fato se vai atrapalhar ou não seu casamento – é casado com a também atriz Deborra-Lee Furness desde 1996 – e que continua querendo fazer muito cinema e teatro desde que “acredite no projeto”. Atualmente está filmando o musical “The Greatest Showman” e não tem nenhum projeto, no cinema ou no teatro, alinhado para depois disso. “Eu não tenho ideia do que vem a seguir e isso é emocionante”.