A diminuição da audiência das novelas ao longo dos anos não é um fenômeno observado apenas no Brasil, onde a Globo pena para conseguir atingir suas metas para cada horário, raramente ultrapassando-as. Outra grande produtora e exportadora de folhetins, a Televisa, também passa por crise no México, vendo seus índices despencarem nos últimos tempos. Cada emissora tomou uma decisão parecida e ao mesmo tempo diferente para o caso.

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Sucessos como "A Usurpadora" andam cada vez mais raros no México



A Globo manteve seus três horários de novelas - 18h, 19h e 21h, e ainda abriu um quarto, às 23h, ocupado uma vez por ano. Como forma de atrair ou renovar seu público, também dedica tanto a faixa das 22h quanto das 23h ao longo dos meses para a produção de algumas séries nacionais - o formato, com uma vasta produção americana, é bastante consumido na internet e nos canais de TV por assinatura.

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Divulgação/TV Globo

"Supermax" fracassou em audiência, mas serviu de teste para ver o gosto do público brasileiro

Nos últimos anos tivemos, por exemplo, "Pé na Cova", "Tapas e Beijos" (ambas com 5 temporadas), "Chapa Quente" (2 temporadas), "Mister Brau" (que vai para a terceira) e "Supermax" no horário nobre, além de apostas esporádicas aos domingos, como "A Cara do Pai" recentemente.  Nem todas dão certo - "Supermax" foi um fracasso em números de audiência, mas serviu para que a Globo experimentasse e desse alguns passos nesse terreno, do suspense e terror, que ainda é pouco explorado fora dos EUA e de alguns países da Europa. 

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Já no México, a Televisa precisou fazer escolhas. Com pouca audiência e redução de capítulos por conta de alguns fracassos, os horários de novelas foram reduzidos para a produção de séries ser aumentada. Durante o encontro XI Seminário Internacional Obitel, realizado na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) no ano passado,  Guillermo Orozco e Gabriela Gómez , da Universidad de Guadalajara, falaram sobre essa mudança.

"A Televisa produzia seis novelas por ano. Atualmente passou a produzir apenas três. As séries estão ganhando espaço", disse Orozco, ao participar do debate "Formatos e gêneros – Colômbia, Estados Unidos e México" com estudiosos no assunto. O horário das 21h, tido como o mais nobre do "Canal de las Estrellas", passou a ser ocupado por séries ao invés da tradicional novela. Já pensou se a Globo faz isso no Brasil?

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